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Da costela ou ao lado de Adão? O sacerdócio feminino na Igreja

19/4/2018

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A igreja Episcopal Anglicana do Brasil estará sagrando no próximo sábado a primeira mulher epíscopa  da América Latina, a reverenda Marinez R. Santos Bassottocom; Com certeza um momento histórico para a Igreja no sul das Américas. Evidente que nem todos são a favor, existem muitos bispo dentro da Comunhão Anglicana que são totalmente contra, muitos até acham que esse progressismo todo  é contra os preceitos evangélicos.
Não é de se estranhar, pois viemos de uma tradição judaica totalmente patriarcal, onde em muitas divisões do judaísmo a mulher é tratada como nada, ou como acessório do homem, era frequente tanto na cultura judaica, como na cultura cristã a mulher ser dada (o termo certo seria vendida) em casamento para união de reinos e ou famílias. Durante muitos séculos a mulher esteve atrás, nos bastidores, oculta,  vítima de tradições patriarcas e profundamente  misóginas.
Ocorre que há um grande erro não só teológico como semântico, na tradução da bíblia hebraica, no relato da criação (Gn  2,22) Deus cria uma companheira para o  homem  no qual o termo  hebraico “costela” ou seja, “tsella”  não seria costela e sim “ao lado” esse seria o sentido exegético do termo, algumas traduções tiveram erros na sua transcrição por copistas, e isso fortaleceu ainda mais o machismo religioso. Do lado lembrando sempre o lugar da mulher que é ao lado, nem a frente e nem atrás do homem, mas ao seu lado. Esta exegese conflita com o pensamento teológico antigo que coloca o termo “costela” de forma pejorativa,  como algo inferior, dando a entender que a mulher é retirada do homem, então é inferior. Sabemos que Deus não faz distinções entre seus filhos, que ele é Pai e Mãe amoroso e sempre justo.
Em diversas culturas antigas o sacerdócio feminino esteve presente, e a mulher era  evidencia, Pitonisas, Vestais de Ísis, de Inana, Sibilas na Grécia antiga no Egito e em muitas outras culturas. A Etiópia citada no livro dos Atos dos apóstolos era governada por uma rainha. “Dispôs Deus trazer da terra dos etíopes um oficial da rainha deste país (At 8,26-38). Segundo antigo costume, até hoje, este país é governado por uma mulher.  Foi este oficial, primícias dos fiéis do universo, o primeiro dentre os gentios a se tornar por meio de Filipe, graças a uma manifestação divina, participante dos mistérios do Verbo divino. Conta a tradição que, regressando ao país natal, foi o primeiro a anunciar o conhecimento do Deus.”*
O Evangelho de Lucas cita nominalmente as sete mulheres apóstolas de Jesus (Lc 8: 1-3), estas mulheres participaram ativamente da vida e do ministério de Jesus. Sem contar que o sacerdócio feminino foi amplamente praticado no início do cristianismo. São Paulo e antigos documentos da Igreja referem-se a diaconisas. Eram mulheres de conduta irrepreensível chamadas a participar dos serviços da Igreja. Recebiam o seu ministério pela imposição das mãos do Bispo.  Em I Tim 3,11 o contexto mostra que São Paulo não fala das mulheres em geral, mas, da categoria das diaconisas, que vêm a propósito na exortação dirigida aos diáconos,  há quem prefira dizer que se trata aí das esposas dos diáconos – o que parece pouco provável, pois em tal caso o Apóstolo teria escrito: “As suas esposas…”
O mais antigo relato sobre o sacerdócio feminino  é o de Plínio o Jovem, governador da Bitínia (Ásia Menor), que, tendo recebido a ordem de prender os cristãos em 112 D.C. escrevia ao imperador Trajano ter submetido à tortura duas cristãs honradas com o título de ministras (ministrae). De qualquer a forma a Igreja age com justiça e equidade quando permite que mulheres dignas subam ao alta depois de séculos de opressão e vozes caladas pelo machismo clerical, lembrando que foram elas as mulheres miróforas, as primeiras testemunhas da ressurreição do Cristo.
 
 *Patrística - História Eclesiástica -Por Eusébio de Cesaréia
1 Comment
Tito
19/4/2018 21:14:53

Muito bom o texto e nao só as provas históricas incontest da importância da mulher, mas a coragem de assumir a posicao vanguardista e, já a muito necessária, de colocar a mulher como ser espiritual, logo, espírito não tem conotação sexual, já que não precisa dele para nada, sendo assim, esvazia a posição machista da mulher como ser inferior ao homem. Parabens a igreja Anglicana por este salto histórico no campo religioso que sempre foi pautado pelo conservadorismo e, como tal, prejudicial a humanidade em muitas das suas posições.

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