Dentre as mais belas orações da cristandade o Pai Nosso figura como uma das mais belas, sem dúvida uma das orações mais rezadas em todo mundo, não só por seu caráter ecumênico, como pela mensagem modelo de oração, que não esquece de nada. O Pai Nosso ensinado por Jesus possivelmente é bem diferente do que está na Bíblia, até porque no momento em que Jesus proferiu esta oração, não havia ninguém escrevendo, alias como todos os atos de Jesus são memórias dos seus apóstolos.
A língua de Jesus era o aramaico Galileu, possivelmente o Pai Nosso tenha sido proferido nesta língua, embora Jesus com certeza conhecesse o hebraico e o próprio grego. Traduzindo em centenas de idiomas o Pai Nosso é oração canônica e conhecida por várias civilizações e tradições religiosas. O trecho que encontra-se em Mateus 6. 9-13 está mais completo do que o texto de Lucas 11. 2-4. Em Lucas está em uma versão mais sintetizada. Manuscritos encontrados mais recentes incluem na oração do Senhor a parte: pois teu é o Reino o Poder e Glória para sempre amém. Verdadeiramente qual o sentido da oração do Pai Nosso? Muitas vezes oramos na Igreja e ou em várias ocasiões, más, será que já paramos para refletir o que estamos pedindo? E o quanto estamos nos comprometendo com esta oração, que além de tudo passa a se tornar um sinal de fé daqueles que a pronunciam, comprometendo-se com o Reino de Deus, tão amplamente difundido por Jesus e o movimento de Jesus. O significado que cada frase desta oração, cada pedido e cada palavra proferida nos incluem profundamente no reino messiânico, pois o sentido que Jesus deu a esta oração é muito profundo e místico. Passemos a analisar a oração sentença por sentença, traduzido diretamente do aramaico. Nosso pai do Céu santifica teu nome- reconhecemos primeiramente que aqui na terra somos todos filhos de Deus. Também reconhecemos o primeiro mandamento, reconhecer a Deus como criador dos Céus e da Terra, e afirmamos nossa intimidade com ele, quando dizemos Nosso Pai do Céu, assim como o pai carnal terrestre, sintonizamos nosso ser com o Pai Celestial, e santificamos seu nome entre nós, ou seja, expressamos através de nossa conduta a maneira como devemos viver o nome de Deus. Nas tradições pagãs o nome dos deuses era velado, somente aqueles que detinham o poder sabiam o verdadeiro nome das divindades e afirmavam que poderiam controla-las pelo verdadeiro nome, uma forma de controlar a fé. Quando Moisés tem sua experiência com Deus no deserto, ele pergunta o nome da Divindade, e Deus se recusa a ser nominado, se recusa a ser um Deus usado pelo poder para oprimir os mais simples. A tradição judaica acredita que o nome de Deus tenha sido perdido, na verdade ele nunca foi achado, porque ele se revela como um Deus humano de amor capaz de ser compreendido por suas criaturas, Eu Sou o que Sou (Êxodo 3,14), não há necessidade de atribuir a ele nomes, porque ele não se permite usar pela natureza humana, ele se manifesta nas coisas mais simples, de uma sarça a uma manjedoura em Belém. Venha o teu Reino – de liberdade, amor, justiça e solidariedade, este reino já esta presente entre nós, e podemos vive-lo e compreendê-lo na pessoa do outro, da esposa ou do esposo, dos filhos e parentes e através dos mais necessitados. Quando buscamos a justiça do Reino de Deus aqueles que mais precisam, que se encontram margem da sociedade, não podemos dizer venha o teu reino se não amamos a diversidade deste reino, negros, índios, gays, lésbicas, trans, ou qualquer outra minoria, se não aceitamos a proposta do amor, não vivemos e não estamos inseridos no reino de Deus. Seja feita a tua vontade - é uma parte muito difícil, porque normalmente a vontade de Deus anda ao contrário do que a moda e os desejos da atual sociedade quer, não podemos dizer que aceitamos a vontade de Deus se não conseguimos viver de acordo com o projeto do Pai. Se não permitimos que todos pertença a esse Reino. O Pão Nosso de Cada dia dai-nos hoje – quer dizer, dai-nos a vida, porque sem pão não há vida. Uma sociedade que nega o alimento aos seus, está totalmente contrária aos planos de Deus, sem igualdade de direitos e oportunidades iguais para todos, não há Reino de Deus, não há prática do verdadeiro evangelho. E perdoai os nossos pecados, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido -sentido da palavra pecado é” errar o alvo” queremos um novo mundo, com base em convivências pacíficas, alicerçadas no perdão e no amor, com elevada simplicidade de coração, sem ódio, rancor, preconceito ou qualquer tipo de vingança. Qualquer coisa diferente disso, não vem de Deus. Não nos permita cair em tentação – de nos achar únicos donos da verdade, de querer ser igualar-nos a Deus, de querer que tudo gire em torno de nós. O egoísmo e a vaidade são dois grandes flagelos da sociedade, do qual nenhum de nós está livre de cair. Devemos saber reconhecer os nossos erros. Mas livrai-nos do mal- que está dentro de nós, e que muitas vezes externamos isso ao próximo. Não permitamos que a falta de amor, solidariedade e injustiça seja a guia mestra de nossa sociedade, não permitamos crescer em nosso meio qualquer tipo de opressão, miséria e discórdia. Que possamos estar comprometidos com uma Sociedade Deus, onde todos e todas são filhos de Deus e coerdeiros da Graça do amor. Pois teu é o Reino o Poder e a Glória para sempre – essa parte foi descoberta em manuscritos mais recentes. O Pai Nosso não é apenas uma oração, mas, um símbolo de fé, onde oramos a Deus e nos comprometemos ao mesmo tempo, quando oramos e pedimos todas essas coisas é porque estamos cientes de que o Reino de Deus também exige de nós ações pró ativas. É preciso que tenhamos em mente todas as vezes que rezamos essa oração, que ela é mais forte constituição do Reino de Deus entre nós.
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Maio 2023
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