Reflexão 7º Domingo da Páscoa - Atos 1. 6-14 A primeira leitura do livro dos atos dos Apóstolos que na verdade é uma continuação do evangelho de Lucas, faz menção a ascensão, com significado de transcendência, elevação. Podemos traçar um paralelo com outros escritos históricos da Bíblia semelhantes, como Henoc (Gn 5,24), Elias ( 2,1-13) ou com Daniel que se elevou em uma nuvem (Dn7). Os discípulos estavam preocupados com a Missão, eles não haviam entendido o ministério verdadeiro do Cristo, eles o entenderam como restauração política de Israel, pois era a pauta do momento, Israel vivia sob domínio do império romano. Embora não fosse essa a missão de Jesus, sua morte teve esteve envolvida com a política da época. Seu evangelho não tinha nenhuma ligação partidária, mas, possuía um viés político no sentido clássico desta palavra, política como ação que interfere nas relações e na vida das pessoas. O reino de Deus não pode ser privatizado apenas como uma dimensão espiritual, como perdão do pecador e reconciliação com Deus. ¹ Mas, com o sentido de mudança, de transformação profunda, de conversão, pois Jesus era crítico frente as tradições sociais e religiosas que oprimiam as pessoas. Sua mensagem se caracterizou em desbancar as estruturas injustas. Jesus foi claro e conciso, sua missão era pedagógica, trazer esclarecimento e encarnar a Palavra de Deus. Ele trouxe o caminho, cabia aos discípulos implantar o Evangelho do acolhimento e do amor nas novas comunidades que surgiriam. Para isso o Espírito Santo, Ruah Divina insuflaria sobre eles e elas o esclarecimento. Jesus convida-os e nos convida ao discipulado. Ser discípulo ou discipula de Jesus significa dar o primeiro passo. Exatamente como Pedro, Levi e os outros apóstolos e apóstolas que, receberam o chamado e largaram tudo para seguir, eles não deixaram para amanhã ou depois, eles não se preocuparam em resolver primeiro suas questões particulares, mas, colocaram-se ao serviço imediatamente. Disputado é compromisso com cristo. Somente a doutrina, o conhecimento religioso e ou a prática religiosa não são necessariamente discipulado. ² Algumas pessoas acreditam que só ir a Igreja, frequentar o Culto, rezar e ler a Bíblia é suficiente. Se não houver testemunho verdadeiro e obediência ao chamado que é colocar-se a servir e militar no Reino não há discipulado verdadeiro. Todas estas ações se tornam nulas porque não há prática testemunhal. Situações como as da COVID 19 que vivemos, são ótimas oportunidades para alimentar nossa fé e espiritualidade, cuidar daqueles que mais precisam. Fiquemos vigilantes, na oração e no cuidado com todos.
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O martírio de estevão que ouvimos na primeira leitura nos mostra bem o contexto pelo qual os primeiros cristãos viviam naquele tempo. Em meio a perseguição e o sofrimento Estevão manteve sua fé viva e a esperança em Deus. Seguir o caminho do amor levou Estevão a encontrar forças, paz mesmo diante da morte a perdoar aqueles que o apedrejavam dizendo: "Senhor, não leve esse pecado em consideração" ele confiou em Deus. Desta mesma forma precisamos refletir, o que nos leva a dar espaço ao Espirito Santo em nossa Vida? Como podemos permitir o agir de Deus em nossas vidas? A Oração, a leitura bíblica e a reflexão são um bom caminho para isso. Rezamos no Salmo 31,1: “em você, Ó Senhor, eu me refugiei." Este salmo é uma declaração a Deus em tempos de angústia, em momentos de medo e aflição. Precisamos nos voltar para Deus, nestes tempos difíceis ele nos consola e dá alívio diante das dificuldades. No Evangelho Jesus pede aos discípulos que não tenham medo, ele sabia que isso era impossível, que o medo faz parte de nossa natureza. Mas queria que que acreditassem nele, da mesma forma que nos pede que tenhamos confiança nesses dias. O medo existe e também é necessário, só não podemos deixar que nossos medos nos separem de Deus, nos façam deixar de amar as pessoas. Diante da dúvida e do medo dos discípulos a resposta de Jesus é um desafio; “Eu sou o caminho e a vida.” Hoje, quantas pessoas estão sem caminho, sem caminho para Deus, algumas nem são ateus, muitos nem sabem se creem ou não. Talvez tenham abandonado a Igreja porque não encontraram nela um caminho, muitas pessoas não encontraram acolhimento, não se sentiram bem por algum motivo, talvez até tenham sido excluídas, por seu modo de pensar ou de agir. Contudo, o Movimento de Jesus, o Caminho do Amor é maior que a demonização ou Igreja, não devemos confundir esse caminho com algumas pessoas que encontramos pelo caminho e que não o seguem verdadeiramente. Jesus nos entregou um caminho, existem muitos outros caminhos, mas o caminho de jesus é fé, sobretudo amor e partilhar. Quem quiser que tome a sua cruz e siga, foi assim que ele disse. Caminhemos sobre a luz de Deus, caminhemos pelo amor que renova todas as coisas. Não precisamos perder tempo, o chamado é imediato e vem direto do Cristo, através do nosso coração, ouçamos a voz de Deus que fala em nós. Ouçamos o que o Espírito Santo nos diz, nos coloquemos a seguir o caminho de Jesus. A imagem do bom pastor era muito familiar em Israel no tempo de Jesus. Moisés, Saul, Davi e muitos outros líderes eram pastores. Jesus diz, eu sou porta, ou seja, o caminho das ovelhas. Todos sabemos que as ovelhas só ouvem o chamado do seu pastor, elas conhecem sua voz e seguem firme, porque sentem segurança no chamado do pastor. Para as primeiras comunidades cristãs, a figura do bom pastor transmitia uma mensagem de confiança e consolo, com o tempo, a palavra “pastor” ou pastora (a), começou a ser utilizada para aqueles ou aquelas que lideravam as comunidades cristãs. O caminho do “Movimento de Jesus” é exatamente assim, ele nos traz consolo, sua mensagem nos faz saber que nele podemos confiar e que sempre há esperança, mesmo diante de momentos tão difíceis como estes que estamos passando. O bom pastor é aquele que cuida das suas ovelhas, se preocupa com elas, não deixa que aqueles que o seguem estejam em situação de perigos. Toda liderança seja ela religiosa ou não, seja ela um chefe de nação ou responsável por um grupo de pessoas deve ter responsabilidade e cuidado com aqueles que lhe são designados a cuidar, ao sinal de um mínimo perigo deve cuidar de todos e todas. Infelizmente, tanto naquela época quanto hoje temos os lobos, aqueles que só querem se beneficiar. São os chamados falsos profetas, aqueles que semeiam a discórdia e injustiça, que se utilizam da palavra de Deus para enganar as pessoas, incentivando a divisão, o ódio, a exclusão e ao fundamentalismo, pensando em seu próprio bolso, mercenários que transformam a religião em mercado vendendo falsas curas e falsos milagres. Sãos eles os lobos que tanto nos fala Jesus nos evangelhos. Jesus transformou seu ministério em uma ação de amor. Ele dedicou-se sobretudo as ovelhas perdidas de Israel, as mais fracas, as mais enfermas e feridas, as mais desgarradas. Podendo, não quis ser um chefe dedicado a dirigir, governar ou controlar. Seu ministério se dedicou a dar a vida, curar e perdoar, resgatar aqueles e aquelas que perderam a dignidade. Como é grande o amor de Deus né? Como ele se preocupa em acolher a todas as pessoas, eu creio que seu maior dom é nos dar dignidade, transformar a vida de cada pessoa em uma conversão diária ao amor e a doação. A nossa vida é cheia de rotinas, em geral pode parecer que nossa vida nada tem de excepcional, cheia de repetições. Isso é uma característica de nossa humanidade. Somos ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas desse estilo de vida, e podemos crescer e evoluir como pessoas ou podemos desperdiçar nossa vida sem aproveitá-la. Podemos ser responsáveis ou negligentes, ter dignidade ou viver na mediocridade, viver inspirados no amor ou indiferentes, viver superficialmente ou focar nossa vida no essencial. Permitir que nossa confiança e esperança em Deus seja renovada a cada dia, ou perder e dissolver nossa fé nesse mundo plástico e sintético e destrutivo de hoje. É uma decisão individual de cada um(a) dar tonacidade a vida fortalecendo nossas decisões para que sejam pró vida, pró amor, solidárias a exemplo de Jesus. Karl Rahner um teólogo alemão tem uma frase interessante sobre esta assunto: “Para o Homem interior e espiritual não há melhor mestre que a vida cotidiana.” Com certeza muitas pessoas estão cansadas de ficar em casa neste período de quarentena, outras cansadas da vida, do dia-a-dia, estressadas com medo do futuro. Talvez não estejam encontrando sentido a suas vidas, não se sentem felizes, com o trabalho que tem, com o carro, a casa, o marido ou esposa, o status atual. Essa falta de sentido não é outra coisa senão a ausência de um caminho verdadeiro para seguir e esse caminho é o caminho do amor, da solidariedade do serviço ao próximo e isso vamos encontrar caminhando juntos com o Movimento de Jesus que é se reflete na vida de cada um de nós com paz, amor, acolhimento e solidariedade. |
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