(MT 13: 31-33, 44 52) Dando sequência ao capítulo 13 do evangelho de Mateus, que estamos ouvindo nesses últimos domingos, Jesus fala sobre o reinado de Deus e utiliza-se das parábolas que é um método muito usado pelos rabinos da época para fazer comparações e suas pregações com situações simples do dia a dia. Jesus anuncia seu evangelho de forma muito simples, mas com grande profundidade. É engraçado como nós complicamos as coisas, o ser humano necessita de algo espetaculoso para acreditar, algo que seja prodigioso é algo assim: Dá-me um milagre e então eu acreditar que Deus existe. Por isso esse locais espetaculosos em que anunciam milagres estão cheios de pessoas, que precisam se abastecer do milagre mentira, da troca de milagres e curas para sentir Deus, quando na verdade o que estão sentindo é apenas um frenesi emocional, pois não pode entender Deus quem tem um coração mal, que tenta a Deus, num jogo de interesse de toma lá dá cá. Por isso jesus compara o reino de Deus com um grão de mostarda, que é uma semente muito pequena, só que após plantada dá uma árvore grande, que além de alimento serve para muitas coisas. Não existe segredo, na verdade é muito simples de entender, difícil é fazer acontecer, difícil é vivenciar esse reino, complicado é praticá-lo. Difícil porque elegemos um modelo de vida muito acima do que necessitamos, que precisa de muita coisa para sustentá-lo. As coisas de Deus são simples, somos nós que as dificultamos. Jesus nos revela o reino de Deus sem imposição, sem força nem coação é uma adesão voluntária e muito leve. Não como naquela época era imposta pelo império romana, a chamada “pax romana “nem como é imposta hoje pelas grandes potencias que subjugam o mundo com uma promessa de paz falsa e interesseira. O Reinado de Deus já está acontecendo, não é espetaculoso, atua de forma simples e lenta, mas muito vigorosa, assim como grão de mostrada vai germinando aos poucos ou, assim como o fermento vai airando e crescendo e se espalhando por toda a massa. O reino de Deus é o fermento da humanidade e do amor, se espalhando nessa grande massa que é mundo, onde há amor, justiça e ações de paz. As parábolas nos fazem lembrar que somos filhos de Deus e que temos um lugar neste reino e que precisamos nos tornar participantes e semeadores deste reino. Na atualidade em meio a pandemias, guerras econômicas e disputas por poder, precisamos destingir em qual lado vamos estar, se seremos trigo ou joio, se estamos com Deus e seu plano de amor e libertação ou se somos do mundo e compactuamos com esse jeito de viver. Assim como Salomão pediu a Deus sabedoria, para saber discernir entre o bem e o mal para guiar o povo (IRs3,9). Não da pra se dizer cristão sem seguir a vida de Jesus, ele é o homem modelo para ser seguido, sua compaixão e amor por nós é ação libertadora quando buscamos seguir. Não é uma tentativa fácil, precisamos nos esvaziar de nós mesmos (kenoses) primeiro. Discipulado exige negação e sacrifícios, pensar não mais em si mesmo, mas pelos outros, uma entrega que exige muito trabalho interior e desapegos de nossos orgulhos. A recompensa é a satisfação de quem agiu com amor desinteressado, sem nada exigir do outro e sente uma imensa alegria e paz interior consigo mesmo. O amor de Deus nos transforma, ele nos faz mais humanos, não nos permite andar em caminhos obscuros ou de trevas, mas ilumina a nossa caminhada. Como diz São Paulo, nada nos separará do amor de Deus, nem a tribulação ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo ou a espada (Rm 8. 35; 39). O mundo está esquecendo do amor divino, cabe a nós sermos sementes dessa lembrança, dar visibilidade a este amor, através de nossos corpos e nossas ações, através do nosso jeito de ser e de pensar. Experimentemos vive por amor, como diz a música. É assim que podemos superar as tristezas e tribulações da vida. Como filhos e filhas de Deus estamos destinados, por amor, a espalhar a energia do bem, em todos os lugares que estivermos, sejamos fermentos da vida humana.
0 Comments
A leitura de gênesis, nos fala de um personagem muito importante do antigo testamento, Jacó. Ele sai da casa dos pais Isaac e Rebecca para buscar entre seus parentes uma esposa. Em sua longa caminhada até Harã, seu destino, ele tem contato com Deus. Jacó que vivia tranquilo na casa de seus pais com toda segurança, se vê sozinho, sem parentes ou servos que lhe possam lhe auxiliar. Aquele que recebeu as Bençãos dos céus agora se encontra sozinho, necessitando que Deus lhe de Pão e água para saciar a sede e a fome. Em determinado momento Jacó precisa descansar, adormece e tem um sonho, momento de encontro com Deus. O pensamento de Jacó muda após esse encontro que é quase uma epifania. Podemos refletir em nossa vida e caminhada quantas vezes Deus se manifesta? Quantas vezes durante ele se revelou nos mínimos detalhes e não percebemos. As vezes ele se revela em alguém que nos diz uma palavra de afeto nos momentos difíceis. Nas dificuldades podemos encontrar Deus, nos ensinando a ter esperança, resistir a momentos em que parece não haver solução. Deus pode se manifestar através de alguém que nos pede ajuda e auxílio, do necessitado ou daquele que busca uma palavra de consolo e esperança. Também podemos comparar o movimento de Jacó ao dos muitos imigrantes que saem de seus países de origem para buscar uma vida melhor para sua família. Muitos acabam encontrando desesperança, falta de acolhimento enfrentando muitas necessidades, buscando encontrar esperança. Diante deste momento que estamos vivendo a no Brasil no qual o número de pessoas infectadas pela COVID 19 aumenta, já são mais de 2 milhões de casos confirmados e mais de 76 mil vítimas, você pode estar se perguntado onde vemos Deus nessa calamidade? Eu respondo que podemos ver Deus no rosto dos profissionais de saúde, que se doam a cuidar dos doentes, das pessoas que se encontram em casa, que decidiram com muita responsabilidade se isolar fisicamente para não espalhar ainda mais o vírus. Podemos ver Deus nas pessoas que saem nas ruas ajudando os necessitados, em cada ato de amor, solidariedade e cuidado Deus está se manifestando. Não é Deus quem manda as doenças, ele não envia pragas como castigo. São as ações do ser humano contrárias a criação de Deus que causam isso. A falta de cuidado e responsabilidade com o meio ambiente, geram consequências. No caminho, no meio do caminho podemos encontrar Deus como Jacó. Como o salmista nos ensina: Na angústia, invoquei o Senhor; e o Senhor me ouviu e me pôs a salvo. (Sl 118,5). Não tenhamos medo de confiar na Providência Divina, oremos uns pelos outros e outras, pedindo a Ruah Divina que nos fortaleça e que ampare as pessoas angustiada e aflitas. Nestes últimos meses os sites de Igrejas e instituições que trazem mensagens de consolo tem sido muito visitados pelas pessoas. Percebemos que as pessoas têm procurado Deus. O parar da vida secular, dos inúmeros afazeres, das muitas correrias do dia a dia. Parar e isolar-se em casa por causa da pandemia mostrou que temos tempo, que é possível vivenciar a espiritualidade sem deixar o trabalho e de estar com as pessoas que amamos. Que possamos voltar nossos pensamentos e consagrar nossas vidas a Deus, ser mais intuitivos ou seja, que possamos nos preencher de Deus e viver sobre a sua Graça e esperança. |
Artigos
Maio 2023
|
Website com tecnologia Weebly. Gerido por Hostgator Brasil Ltda