Nada foi mais discutido desde o inicio do cristianismo quanto a catolicidade da Igreja de Jesus. Em primeiro lugar precisamos situar precisamente quando o Movimento de Jesus veio a tornar-se Igreja. Temos dois conceitos para o termo de Igreja, hoje, a Igreja como membro do corpo de Cristo, a Igreja Una Católica e as Igrejas como instituições humanas, há que se dividir bem essa característica para não cair em confusão, até porque Jesus apenas falou do Reino de Deus, nunca usou a palavra Igreja, que foi utilizada bem mais tarde. O termo Católico deriva da palavra grega: καθολικός (katholikos), significa "universal", "geral" ou “referente à totalidade da Igreja em suas mais diversas instituições”. O termo católico não é de exclusividade de uma única igreja e sim do próprio cristianismo e das confissões mais antigas como a Igreja Ortodoxa, que também é católica e a Igreja Católica Romana e a própria Igreja Anglicana que confessa a fé católica. É importante que possamos entender primeiramente a origem da palavra Igreja Ekklesia que vem do grego profano, e significa a reunião de cidadãos (homens livres) convocados por um Arauto com o fim de se reunir em praça pública para discutir questões comunitárias. No sentido teológico, Igreja significa a reunião dos fiéis em comunidade, convocados pelo Cristo, para celebrar e aprofundar a fé e discutir seus problemas a Luz do Evangelho. neste sentido primitivo Igreja é um acontecimento que pode ocorrer em qualquer lugar, até mesmo debaixo de uma árvore. Não havia nenhum tipo de Igreja, como confissão na era apostólica, não haviam papas e nem patriarcas, as comunidades se reuniam em torno da mesa comum e da partilha do pão e da palavra de Deus. O Movimento de Jesus, como era chamado, só passou a ser chamado de cristão mais tarde em Antioquia. Até o primeiro concílio de Nicéia (325) as comunidades cristãs eram totalmente autocéfalas no que tange a liderança. Nem Pedro nem Paulo, ou qualquer outro apóstolo foi papa ou qualquer tipo de hierarca constituído, apenas dispensadores como os outros do Evangelho de Jesus. Quando havia necessidade de tomar alguma decisão os anciãos representantes das comunidades se reuniam e tudo era feito em comum, sem nenhum tipo de Lei ou direito canônico, a base eram as Escrituras e a tradição oral dos evangelhos, que só foram escritos depois e mesmo assim não eram todas as comunidades que tinham condições de ter algum tipo de escrito. Eram as testemunhas das testemunhas dos discípulos que foram testemunhas do Cristo encarnado. São Lucas foi um dos evangelistas a ressaltar a catolicidade da Igreja. Ela foi enviada a falar todas as línguas e crescerá até poder exprimir-se em todos os idiomas. Por isso ele faz questão de enumerar 12 povos diversos que ouvem em suas próprias línguas a mesma novidade de Cristo. Segundo a compreensão oriental cada povo estava ligado a uma figura do zodíaco. Os povos citados em At 2,9-11 pardos, medos, elamitas etc.; correspondem exatamente às figuras do zodíaco.* As primeiras comunidades cristãs a se organizarem institucionalmente, entre os séculos IV e V foram a Igreja na Armênia, na Etiópia e posteriormente em Roma, que mais tarde veio a se chamar Igreja Católica Apostólica Romana, como instituição propriamente dita, isso sem contar as Igrejas orientais em Jerusalém na Grécia e outros países que ainda não se contavam como Igrejas Organizadas sobre um só hierarca. A partir da organização jurídica destas Igrejas, as outras foram se organizando e formando congregações com hierarcas e ministros constituídos para as representar em Concílios e diante de outras Igrejas.¹ A Igreja passa a ser católica (universal) a partir do momento em que surge a crise dos judaizantes no livro dos Atos dos Apóstolos. Os judaizantes queriam que os gentios (não judeus) antes de serem cristão se tornassem Judeus, observassem a lei judaica, fossem circuncidados (sinal da pertença ao povo judeu). A comunidade cristã nascente em Jerusalém, ainda observava os costumes e a observância judaica. Paulo compra a Briga, discute com Pedro e o Concílio de Jerusalém no ano de 49 d.C. resolve a questão, para ser cristão não há necessidade de ser circuncidado, passando primeiro pelo judaísmo. O Apóstolo Pedro afirma sua conversão junto com o romano Cornélio e toda sua família. Após Concílio de Jerusalém, Pedro se abre publicamente a realidade dos gentios e seu discurso evangelizador é para todos: judeus, gentios, gregos ou romanos.(Atos 15, 7-21). Ao afirmar a Igreja de Cristo como Católica, reconhecemos de início que ela ultrapassa as barreiras sociológicas. Ela se abre para todos que se sentem chamados ao Reino de Deus. Encontram lugar nela tanto os fortes como os fracos, o jovens e os velhos, os doutos e indoutos, pobres e os ricos, judeus e gentios, negros e os brancos, héteros e homossexuais. Desfazendo asim pela mensagem clara do Evangelho as barreiras do preconceito, orgulho, cobiça e exploração. Onde o mundo separa e exclui a igreja deve acolher e reunir. É partir do Concílio de Jerusalém que a igreja passa a ser universal, aberta a todos aqueles que quiserem professar a fé católica que está contida nos Evangelhos de Jesus e confirmada pelo Espirito Santo no dia de pentecostes. Por isso, tanto anglicanos como católicos como ortodoxos e até alguns luteranos rezam e professam a fé católica, ou seja, universal da Igreja indivisa, quando estava unida pela mesma fé no mundo inteiro e depois foi se separando pela intolerância, e vaidade humana. 1- O Culto Cristão, Teologia e Prática J.J. Von Allmen
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Maio 2023
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