O terceiro domingo do advento na Igreja ocidental é chamado de domingo da Alegria, ou gaudete conforme uma tradição mais católica. Este domingo nos lembra da Alegria que temos de estar em Deus, e da vida em Deus. O Magnífico hino de alegria a Sião, um cântico de esperança de salvação, pela sua fidelidade sobreviverá às tremendas calamidades que o profeta anuncia. O hino vem de encontro a essa quadra litúrgica; por um lado, condiz com o tom de alegria deste Domingo, por outro, faz pensar nas palavras do Anjo Gabriel à Virgem Maria (cf. Lc 1, 28.30.48); daí que condiz bem com este texto a tradução da saudação angélica «avé!» por «alegra-te!».*
Na segunda leitura Paulo escreve a comunidade de Filipos, anima-nos a vivermos em alegria contínua e dá-nos a razão para isso: o Senhor está próximo. A carta é um escrito da prisão, num tom muito familiar e predominantemente exortatório, incitando a perseverar na vida cristã, apresentada como um desporto sobrenatural (3, 13-16). Ela tem aqui o «seu ponto culminante» (H. Schlier). Paulo expressa-se sempre com muita gratidão a comunidade de Filipos, pois estes ajudaram financeiramente em tempos de dificuldade. A Alegria de uma vida em Deus não está em bens materiais, mas, sim na Graça de Deus abundante em nossa vida. Talvez tenhamos passado um ano difícil no que tange a nossa vida profissional, emocional familiar... muitas pessoa estão desempregadas, outras tiveram perdas financeiras ou até mesmo perderam pessoas queridas, outras estão assustadas diante dos acontecimentos políticos atuais, com medo diante de toda essa onda de opressão e perda de direitos, onde se continua a ver cada vez mais corrupção e desonestidade. Não vivemos tempos muito diferentes daqueles primeiros cristãos da época de Jesus, que também viviam com medo, diante de tanto injustiça e opressão. O império romano exercia ferrenho controle nas pessoas na época de Jesus. João Batista falou contra toda essa opressão, ele denunciou toda a podridão que havia na época. As pessoas perguntavam a João, o que devemos fazer? João responde profeticamente, compartilhem, distribuam o que vocês tem, esse era o caminho certo, sejam solidários uns com os outros. João falava do amor de Deus para com as pessoas, não era muito diferente do que Jesus viria a falar mais tarde. Traçando um paralelo com o que temos hoje, vemos que muito pouca coisa mudou, que o ser humano continua desonesto e egoísta, vemos que ainda continuamos divididos, explorados e dissuadidos pelo poder dominante. Não somos diferentes do povo do deserto que adorava um bezerro de ouro, nós continuamos a idolatrar o poder e o ter pelo ter, o deus do dinheiro. Outro dia estava lendo uma reportagem em um site de notícias que dizia que na Europa as pessoas não queriam mais ir as Igrejas, que os templos estavam ficando vazios. Acredito, realmente, algumas pessoas estejam tão vazias de Deus e tão cheias de si mesmas e de seus problemas que não tem tempo de ir a Igreja agradecer a Deus, acredito que muitas delas tenham trocado a divindade por esse modelo de vida moderno, onde não há espaço para o espiritual e para olhar para quem precisa. Paulo nos dá a receita, alegrai-vos; Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e ações de graças. (vs 6). Na fé e no amor venceremos o mal, e toda essa potestade de maldades que tanto vemos. É através da vida em Deus e do Caminho de Jesus, que é o amor, que nós venceremos o mundo. Pois Jesus nos diz: tenham fé, eu venci o mundo. (Jo 16,33b). O amor de Deus nos nutri e leva sempre a frente, com alegria, pois a alegria em Deus é superior a alegria do mundo.
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Maio 2023
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