A sociedade ao longo da história tem sofrido mudanças significativa no seu ethos ( Grego: conjunto de hábitos ou crenças que definem uma comunidade ou nação). Os valores têm mudado muito, se analisar o comportamento das pessoas da década de 80, por exemplo, século passado, vamos notar características que já não conseguimos verificar em nossa realidade atual. Nos anos 80 os brasileiros vivenciaram o início do processo de abertura política, após longo período de ditadura militar. As pessoas foram mobilizada a participar dos destinos do país e de intervir nos diferentes níveis de governo. Naquela época como hoje, existiam profundos contrastes sociais e econômicos, resultado de um modelo de sociedade extremamente excludente, em que a maioria da população não tinha acesso aos bens sociais básicos, entre estes, a educação, saúde, saneamento básico e habitação.
Basicamente no tange a questões políticas e econômicas não houve muitas mudanças, e as dores continuam as mesmas, só aumentou o quadro de doenças. As pessoas nascidas entre a década de 60 a 80 aprenderam a duras penas a lutar por seus ideais, a lutar por aquilo que queriam, reivindicando seus direitos muitas vezes a base da cacetada enfrentando uma terrível repressão. Surgiram vários movimentos e organizações procurando conscientizar os indivíduos da sua condição. Era imprescindível que os indivíduos se apropriassem do instrumental e de mecanismos básicos para fazer valer os seus direitos, um deles a educação, o principal veículo, uma vez que a educação é um dos principais instrumentos de formação da cidadania. Foi uma luta intensa, contra a ditadura e a opressão onde não havia um real Estado de Direito, mandava quem tinha poder e calavam os fracos. Contudo sempre havia aqueles que não se omitiam a luta saiam as ruas protestar contra o regime opressor. A ditadura civil-militar que esteve em vigor no Brasil entre 1964 e 1985 teve como uma das formas de oposição a luta armada contra o regime, centenas de cidadãos foram mortos torturados e exilados. Essa geração, aprendeu a lutar pelo que quer, entendeu que é preciso ter responsabilidade que nada é por acaso e que muitas coisas precisam ser conquistadas, algumas destas conquistas exigem um alto preço. Essa nova geração que está chegando agora, nascida na década de 90 -2000, já pegou muita coisa pronta, são filhos que nasceram em casas confortáveis, dormem em quartos separados com televisão e vídeo game, a grande maioria não trabalha só estuda, e não sabem como é pagar as contas e colocar comida na mesa. Quando chega na hora de enfrentar a vida, não conseguem conquistar seu lugar ao sol. Muitos continuam a morar com os pais, mesmo depois de formados. Jovens muitas vezes sem compromisso, que não se preocupam com o futuro, instáveis, não sabem receber ordens, tem sérios problemas de convívio social e não respeitam hierarquia. Não se prendem a relacionamentos, não estou falando apenas em relacionamento afetivo, mas no geral, muitos não conseguem estabelecer uma relação sadia e de com a sociedade como um todo. Não é de se estranhar, por exemplo, que os casamentos hoje em dia, na sua maioria não duram, o grau de comprometimento das pessoas com todas as coisas a sua volta está cada vez menor. Uma sociedade totalmente aquém de suas. Temos ouvido frequente reclamações de pais, professores, empresários lideres com a dificuldade de encontrar jovens comprometidos, que vistam a camisa, que cumpram suas obrigações e tenham responsabilidade. Esse jovem não aprendeu a lutar, ele não foi ensinado a pescar, o peixe já vinha pronto e preparado. Ele não assistiu à miséria, a fome, a guerra não lutou por seus direitos e muitas vezes nem dá valor para que tenha hoje. Muitos estão doentes, alienados sofrendo de patologias mentais e psicológicas, totalmente alienados do mundo em redor. É preciso resgatar essas pessoas, Igrejas, associações e instituições podem ajudar, levando a realidade e ensinando o compromisso com Deus, com o próximo, com o planeta e tudo a sua volta. Ou caímos no risco de ver esses jovens seduzidos por discursos moralistas e reacionários, pensando que não há mais solução que força é melhor que diálogo, que exclusão é melhor que inclusão, ajudarem a escolher péssimos governantes . O exemplo dos americanos que na ultimas eleições elegeram Trump presidente e agora estão arrependidos de terem escolhido o discurso opressivo travestido de moral. Aqui no Brasil, estamos seguindo o mesmo caminho.
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Maio 2023
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