Não é de hoje que as pessoas costumam defender um Jesus que nunca existiu e que está totalmente fora do Jesus que nos é apresentado no Evangelho. Na verdade, tem se criado um Jesus, produto comercial que já vem embalado e empacotado, pronto para ser entregue, basta que você pague por ele. Existem muitas pessoas vendendo-o, sem nenhum escrúpulo apresentando um Jesus milagreiro, que cura todas as enfermidades, que promete prosperidade sem limites. Ele pode te dar uma casa, carro, um negócio pode fazer você ser promovido, ter um filho e uma série de coisas. É o deus do negócio, toma lá dá cá. Seu for a Igreja, pagar o dízimo fazer tudo o que o líder de minha igreja disser, então eu terei prosperidade. Não que Deus não possa operar milagres, pois ele o faz e temos muitos exemplos, contudo, ele não os vende.
Esse tipo de mercantilização de Jesus já vimos em outras épocas. Lutero, por exemplo, no século XVI lutou severamente contra esse tipo de coisa, na época a Igreja vendia o paraíso através das indulgências após a morte ganhava-se o paraíso, hoje, tem igrejas prometendo o paraíso já, aqui na terra, uma vida de prosperidade individual que leva seus fiéis a pensarem apenas no que Deus pode dar, como eu posso fazer para trocar com Deus, sucesso prosperidade e ser feliz. Não condeno as pessoas que querem ter uma vida de conforto e possibilidades, acho que todos devemos procurar o bem-estar, e também lutar juntos para que haja igualdade e os irmãos também possam ter conforte e dignidade. O que não podemos fazer é barganhar com Deus, como Simão o mago, citado em Atos 8, 9 - 25; que quis comprar as bênçãos de Deus e o poder do Espírito Santo, Pedro o repreendeu fortemente, pois os dons de Deus não podem ser comprados, eles são dados segundo os desejos de Deus. Por isso quando pessoas vendem milagres e bênçãos chamamos de simonia. Muitas pessoas praticam simonia velada, hoje em dia. O que temos que entender é que Deus não está preocupado com o bem-estar de algumas pessoas ou de um único povo. Sua palavra liberta, e através dela nos leva a agir por todos, comunitariamente ele nos quer preocupados com o nosso semelhante, em compartilhar um pouco daquilo que temos e podemos compartilhar com as pessoas. Afinal de contas amar uns aos outros não é apenas cumprimentar o irmão no momento da paz no Culto e depois ir para casa fingindo que já fizemos nossa parte indo à Igreja, não se preocupando com o outro, com o mundo, sem querer saber se meu irmão precisa de algo, ou se eu posso deixar alguma coisa de boa para as pessoas ou o planeta. Não é possível ser cristão e viver nessa alienação total, viver só para mim e para o meus. Viver o evangelho e toda sua plenitude é estar em busca do bem do semelhante, exatamente como Jesus fez, pessoas que fazem isso são chamadas de Santos e santas pelo Igreja, e um grande número as vezes nem é reconhecido como tal. Precisamos sair da alienação e do comodismo e colocar a mão na massa, buscar uma forma de servir ao outro dedicar um pouco do nosso tempo para fazer o bem, ajudar alguém, fazer a humanidade melhor, o pouco que fazemos já pode ser muito para quem realmente precisa. Não podemos servir a dois senhores (MT 6,24). Não é possível seguir um evangelho do egoísmo, que não procura ver na necessidade do outro uma forma de servir com amor. Eu não posso servir a Deus, sem fazer o bem aos outros, porque aí reside o verdadeiro amor de Deus, aí está a revelação de Deus por nós. "Qualquer coisa que fizerdes a um desses meus pequeninos e a mim o fizestes." ( Mt 25,40) O amor de Deus deve ser distribuído e partilhado, essa é a verdadeira benção na vida daqueles que querem seguir Jesus. Não existe amor interesseiro, esse tipo de amor Deus abomina, se você cruza os braços para o irmão ou irmã que precisa e ante as injustiças deste mundo, saiba que não estás seguindo a Deus.
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Maio 2023
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