(Mt 14: 13-21) No capítulo 14 de Mateus podemos observar claramente o contraste existente entre o baquete dos poderosos que matam João Batista e oprimem os mais pobres e a multiplicação dos pães e peixes mostrando-nos que o projeto de Jesus que é de amor, partilha e vida. O texto nos diz que Jesus teve compaixão das pessoas, porque estavam doentes e tinham fome. Ele não se omitiu, poderia ter saído e se ocultado, mas, em sua humanidade Jesus sentiu-se tocado, comovido pela situação. Quantas vezes nos sentimos tocados ou comovidos por ver pessoas passando por necessidades e não temos compaixão? Muitas vezes estamos tão imersos no nosso próprio mundo que nos tornamos apáticos diante de situações de injustiça. A loucura do dia a dia, nossas rotinas tão cheias de compromissos nos deixam tão inseridos dentro de nós mesmos que não enxergamos ao nosso redor as necessidades do outro e da outra. Jesus realiza o milagre da partilha, como sinal sacramento do amor de Deus é um ato Eucarístico, que revela toda a Graça de Deus sobre os pequeninos do Reino. Não existiu nada de mágico de super poderoso, foi apenas a partilha de tudo que se tinha, cada um doou o pouco que tinha e esse pouco tornou-se muito, daí a comunidade de Mateus nos dá cinco mais dois que é sete dentro da cabala judaica, sete significa plenitude. Jesus nos ensina que a solidariedade deve ser sempre o primeiro pensamento dos cristãos. Não há espaço para orgulho e egoísmo no projeto de Jesus, apenas aqueles que conhecem a Deus podem entender, não podemos nos dizer participantes desse projeto se compactuamos com a lógica do mundo individualizada que separa e nos aliena do Deus do amor. Temos assistido ultimamente a tantas injustiças, tanta violência ódio e preconceito. Temos visto pessoas que se dizem cristãs, que se arrogam como portadores da palavra de Deus espalhando ódio e divisão totalmente contrário ao preceito de amor de Jesus. Como eu posso me dizer cristão se eu me incomodo com um comercial de perfume do dia dos pais que é realizado por um homem trans? Que mensageiro sou eu da palavra de Deus se julgo e envio para o inferno outra forma de amor que não seja aquela que eu acho que é a tradicional única e verdadeira? Posso me colocar no lugar de Deus sentando-me no trono da injustiça para julgar quem eu acho que por suas escolhas me ofende? Será que só existe uma única forma certa de amar? Então teria Deus errado ao criar tanta diversidade no mundo? Não nos cabe julgar, não julgueis para não serdes julgados (Mt 7,1). O julgamento só pertence a Deus. Ao invés de nos incomodarmos com a decisões das pessoas, deveríamos nos incomodar com a injustiça e o egoísmo, com as milhares de pessoas que passam fome no mundo, com a destruição do meio ambiente com a violência e a marginalização do ser humano, isso sim deveria incomodar a todos nós. Que o Senhor possa abrir nossas mentes e corações para enxergar o verdadeiro mal que nos leva a violência e a destruição que é a falta de amor. Amém.
0 Comments
Leave a Reply. |
Artigos
Maio 2023
|
Website com tecnologia Weebly. Gerido por Hostgator Brasil Ltda