Mesmo entre os discípulos de Jesus houve aqueles que não conseguiam entender a mensagem do mestre. O pedido de Tiago e João em Marcos 10,35; deixa clara a falta de sensibilidade dos seus para com a mensagem da boa nova da salvação. Um pouco antes Jesus já havia dito que não haveria um primeiro ou aquele que teria méritos maiores que os outros entre eles. Quem quiser ser o primeiro, que se torne o ultimo e seja servo de todos (Mc 9,35).
Esta perícope nos remente ao que vivemos hoje em dia, a meritocracia, tão falada e amplamente utilizada principalmente em nossa sociedade atual, onde não importa se as pessoas tiveram oportunidades iguais, se este estudou em escola publica e o outro em escola particular, onde o ensino é mais aplicado; o que vale é chegar na frente, entregar no prazo e fazer mais, alcançar objetivos sociais e profissionais através dos seus próprios esforços. A origem etimológica da palavra meritocracia vem do latim meritum, que significa “mérito”, unida ao sufixo grego cracía, que quer dizer “poder”. Assim, o significado literal de meritocracia seria “poder do mérito”. Mas, numa sociedade tão desigual como a nossa será mesmo que meritocracia é boa? Imaginemos uma pessoa negra, nascida em uma das muitas favelas do Brasil, filho de mãe solteira que aos doze anos de idade teve que começar a trabalhar para ajudar no sustento da família, sua mãe doente e seus oito irmãos. Será que essa pessoa conseguirá atingir o mesmo patamar daquele jovem branco, de classe médica que teve oportunidade de terminar seus estudos, fazer um cursinho pago pelos pais, prestar um vestibular em uma universidade publica e ter garantido moradia e alimentação pelos pais até o fim do curso, sem precisar trabalhar? É importante perceber que entre esses dois jovens existem uma grande diferença, e neste caso, meritocracia não se encaixa. Com certeza alguém vai dizer que se o jovem negro realmente quisesse, ele poderia ir atrás dos seus sonho como muitos outros em igual situação fizeram. Mas, posso afirmar que são bem poucos, nesta situação, que realmente conseguem, porque as oportunidades não são iguais, os meios não são os mesmos. Esta passagem desconstrói toda a cultura de meritocracia, tão elogiada em nossos dias, que tem sido causa de exclusão especialmente da população mais pobre. Jesus vai contra a lógica do sistema de sua época quando afirma: Entre vocês não será assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vocês, que se coloque a serviço dos outros (10,43). Jesus utiliza a palavra diakonia que quer dizer serviço, esse tipo de coisa era utilizada para as mulheres que na sociedade machista dos judeus, era considerada inferior ao homem, escravos também deveriam servir. Essas palavras de Jesus devem ter chocado seus discípulos e ouvintes a época. Não era comum, esse grau de humildade, a pergunta de Tiago e João reflete exatamente o egoísmo e o individualismo tão presentes em nossas instituições de hoje. O Evangelho levanta uma problemática tão atual agora quanto na época. Em dois mil anos de cristianismo continuamos ver aqueles que querem se sentar na frente, que desejam os melhores lugares e os maiores benefício, não preocupando com os outros. Embora eu não seja nordestino, mas, tenho alguns amigos e conhecidos que sempre brincam, pouca farinha meu pirão primeiro. Percebemos assim o quanto está no Movimento de Jesus nos exige, o quanto ainda precisamos como sociedade, igrejas e grupos mudar nosso modo de pensa e agir e o quanto precisamos ser mais solidários. Jesus apresentam uma nova proposta para nós, ele inverte a lógica do poder e propõe um caminho mais igual para todos, mais justo, onde não se permite o egoísmo onde servir se torna o grande caminho ao Pai. Onde o Reino não é físico e sim espiritual, interior e gratuito a todos. Um Reino onde quem quiser ser o primeiro terá que servir o outro, onde todos são servos.
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Nem sempre aquele bom mocinho que se passa de bonzinho, que aparece como o salvador da pátria, e promete trazer justiça, moralizar a sociedade e trazer equilíbrio pode ser este tão esperado “príncipe da paz.” O médico e psicanalista alemão Wilhelm Reich em sua tese sobre a peste emocional descreve muito bem o comportamento das massas diante de situações, como a qual estamos vivendo atualmente no cenário politico do brasil. A peste emocional geralmente aparece velada, por trás de boas intenções, no intuito de ajudar o outro e a sociedade. No entanto, com o passar dos tempos, a pessoa acometida por essa “doença”, vai invadindo todo o espaço como uma erva daninha invade uma plantação ou um câncer que invade um organismo vivo, dominando tudo o que está ao seu redor. A grande maioria das pessoas deve ter acompanhado ou ao menos ouvido algo a respeito do trágico acontecimento do dia 11 de setembro de 2001, que assolou os Estados Unidos e apanhou de surpresa um país que se julgava seguro e intocável. Uma série de características doentias fez com que o homem mais conhecido e comentado nos últimos tempos, Osama bin Laden, ferisse o coração de uma nação com sua ousadia sócio-psicopática contaminada pela peste emocional. (VOLPI, José Henrique. Peste emocional. Artigo). A peste emocional está em todos os lugares, em casa, no trabalho, na faculdade, na Igreja e sobretudo, na política. De acordo com Reich (1995, p. 461), “a peste emocional é uma biopatia crônica do organismo”. Reich utiliza o termo biopatia para se referir a todas as enfermidades causadas por uma disfunção básica do sistema neurovegetativo, no qual existe um comprometimento emocional muitas vezes acompanhado de um comprometimento físico, por conseqüência. Ainda segundo Reich (1985), a origem da peste emocional se dá no berço, ou seja, quando existe um contato físico, energético e emocional precário por parte de quem faz a função materna junto ao bebê, seguido de uma educação compulsiva e autoritária, o que dá margem a uma possível desestruturação energética e de caráter, o que constitui a base para a manifestação de uma biopatia. Primeiramente, o organismo responde contraindo-se; em seguida, responde com as doenças físicas e/ou orgânicas. Reich (1985) procura explicar essa contração do organismo humano a partir do medo, um medo corporal, sentido pelo corpo todo, que se contrai como defesa. É, então, desse medo que também surge a peste emocional, que apesar de não ser transmitida de mãe para filho de maneira hereditária, “é inculcada na criança desde os primeiros dias de vida” (Reich, 1995, p. 461). O mundo já assistiu muitas vezes o resultado da peste emocional das massas, enfurecidas por uma justiça cega, como é o caso do julgamento de Jesus Crsito, ao preferir que soltassem a Barrabás o ladrão, ao invés de Jesus aquele que oferecia a paz e a cura. Incendiados pelo ódio e o falso sentimento de justiça, pessoas e grupo contaminadas pela peste emocional agem sem pensar, levadas por um falso altruísmo e a certeza de que é o certo a fazer. Foi assim na Alemanha nazista, na Itália fascista, na Rússia comunista nos Estados Unidos capitalista e em muitos outros lugares do mundo onde regimes totalitários funcionam. A peste emocional insufla no inconsciente de mentes mais fracas sentimentos e valores de opressão e morte, atingindo assim o caráter humano no seu mais íntimo.. Evidencia-se assim a celebração da morte e as maiores barbaridades, que sempre foram travestidas em nome do bem comum. Para reich os males que se encontramos na sociedade não são só o fruto do poder. Toda e qualquer forma autoritária de exercer o poder está intimamente ligada a peste emocional. Na atual conjuntura política pela qual o Brasil passa a peste emocional tem se manifestados nas mais diversas formas, principalmente nos extremos políticos. Pensamentos como a volta de ditadura, armamento da população, misoginia, elitismo e segregação são os principais sintomas da peste. O resultado disso é o poio a candidatos extremistas, que possuem discursos fortes, que taticamente dizem o que querem, simbolizando uma paternalização opressora, figuras erroneamente vistos como a salvação, não há outro, só ele pode nos salvar. A história já viu isso acontecer e o resultado não foram nem um pouco bom. A Exclusão Social se desenvolve através de um processo de afastamento e privação de determinados indivíduos ou de grupos sociais das diversas estruturas da sociedade. Embora muitos atribuem ao capitalismo contemporâneo, a grande causa da exclusão, podemos verificar que a raiz da exclusão é bem mais antiga que a explosão capitalista gerada pela primeira revolução industrial. Sistemas de gestão como o socialismo ou até mesmo o comunismo são tão excludentes quanto o capitalismo, basta ver países como Rússia e Cuba, embora tenham algumas melhorias em certos campos, são altamente desiguais e supra excludentes, onde apenas uma elite politica do partido, possuía benefícios e privilégios, enquanto a grande população vive com reservas e até mesmo fome. Quando pergunto para pessoas e amigos que viveram o regime russo, por exemplo, dizem que está melhor agora que no tempo dos seus pais.
Nada foi mais discutido desde o inicio do cristianismo quanto a catolicidade da Igreja de Jesus. Em primeiro lugar precisamos situar precisamente quando o Movimento de Jesus veio a tornar-se Igreja. Temos dois conceitos para o termo de Igreja, hoje, a Igreja como membro do corpo de Cristo, a Igreja Una Católica e as Igrejas como instituições humanas, há que se dividir bem essa característica para não cair em confusão, até porque Jesus apenas falou do Reino de Deus, nunca usou a palavra Igreja, que foi utilizada bem mais tarde. O termo Católico deriva da palavra grega: καθολικός (katholikos), significa "universal", "geral" ou “referente à totalidade da Igreja em suas mais diversas instituições”. O termo católico não é de exclusividade de uma única igreja e sim do próprio cristianismo e das confissões mais antigas como a Igreja Ortodoxa, que também é católica e a Igreja Católica Romana e a própria Igreja Anglicana que confessa a fé católica. É importante que possamos entender primeiramente a origem da palavra Igreja Ekklesia que vem do grego profano, e significa a reunião de cidadãos (homens livres) convocados por um Arauto com o fim de se reunir em praça pública para discutir questões comunitárias. No sentido teológico, Igreja significa a reunião dos fiéis em comunidade, convocados pelo Cristo, para celebrar e aprofundar a fé e discutir seus problemas a Luz do Evangelho. neste sentido primitivo Igreja é um acontecimento que pode ocorrer em qualquer lugar, até mesmo debaixo de uma árvore. Não havia nenhum tipo de Igreja, como confissão na era apostólica, não haviam papas e nem patriarcas, as comunidades se reuniam em torno da mesa comum e da partilha do pão e da palavra de Deus. O Movimento de Jesus, como era chamado, só passou a ser chamado de cristão mais tarde em Antioquia. Até o primeiro concílio de Nicéia (325) as comunidades cristãs eram totalmente autocéfalas no que tange a liderança. Nem Pedro nem Paulo, ou qualquer outro apóstolo foi papa ou qualquer tipo de hierarca constituído, apenas dispensadores como os outros do Evangelho de Jesus. Quando havia necessidade de tomar alguma decisão os anciãos representantes das comunidades se reuniam e tudo era feito em comum, sem nenhum tipo de Lei ou direito canônico, a base eram as Escrituras e a tradição oral dos evangelhos, que só foram escritos depois e mesmo assim não eram todas as comunidades que tinham condições de ter algum tipo de escrito. Eram as testemunhas das testemunhas dos discípulos que foram testemunhas do Cristo encarnado. São Lucas foi um dos evangelistas a ressaltar a catolicidade da Igreja. Ela foi enviada a falar todas as línguas e crescerá até poder exprimir-se em todos os idiomas. Por isso ele faz questão de enumerar 12 povos diversos que ouvem em suas próprias línguas a mesma novidade de Cristo. Segundo a compreensão oriental cada povo estava ligado a uma figura do zodíaco. Os povos citados em At 2,9-11 pardos, medos, elamitas etc.; correspondem exatamente às figuras do zodíaco.* As primeiras comunidades cristãs a se organizarem institucionalmente, entre os séculos IV e V foram a Igreja na Armênia, na Etiópia e posteriormente em Roma, que mais tarde veio a se chamar Igreja Católica Apostólica Romana, como instituição propriamente dita, isso sem contar as Igrejas orientais em Jerusalém na Grécia e outros países que ainda não se contavam como Igrejas Organizadas sobre um só hierarca. A partir da organização jurídica destas Igrejas, as outras foram se organizando e formando congregações com hierarcas e ministros constituídos para as representar em Concílios e diante de outras Igrejas.¹ A Igreja passa a ser católica (universal) a partir do momento em que surge a crise dos judaizantes no livro dos Atos dos Apóstolos. Os judaizantes queriam que os gentios (não judeus) antes de serem cristão se tornassem Judeus, observassem a lei judaica, fossem circuncidados (sinal da pertença ao povo judeu). A comunidade cristã nascente em Jerusalém, ainda observava os costumes e a observância judaica. Paulo compra a Briga, discute com Pedro e o Concílio de Jerusalém no ano de 49 d.C. resolve a questão, para ser cristão não há necessidade de ser circuncidado, passando primeiro pelo judaísmo. O Apóstolo Pedro afirma sua conversão junto com o romano Cornélio e toda sua família. Após Concílio de Jerusalém, Pedro se abre publicamente a realidade dos gentios e seu discurso evangelizador é para todos: judeus, gentios, gregos ou romanos.(Atos 15, 7-21). Ao afirmar a Igreja de Cristo como Católica, reconhecemos de início que ela ultrapassa as barreiras sociológicas. Ela se abre para todos que se sentem chamados ao Reino de Deus. Encontram lugar nela tanto os fortes como os fracos, o jovens e os velhos, os doutos e indoutos, pobres e os ricos, judeus e gentios, negros e os brancos, héteros e homossexuais. Desfazendo asim pela mensagem clara do Evangelho as barreiras do preconceito, orgulho, cobiça e exploração. Onde o mundo separa e exclui a igreja deve acolher e reunir. É partir do Concílio de Jerusalém que a igreja passa a ser universal, aberta a todos aqueles que quiserem professar a fé católica que está contida nos Evangelhos de Jesus e confirmada pelo Espirito Santo no dia de pentecostes. Por isso, tanto anglicanos como católicos como ortodoxos e até alguns luteranos rezam e professam a fé católica, ou seja, universal da Igreja indivisa, quando estava unida pela mesma fé no mundo inteiro e depois foi se separando pela intolerância, e vaidade humana. 1- O Culto Cristão, Teologia e Prática J.J. Von Allmen De todas os sentimentos deste mundo, o amor com certeza é a força mais poderosa e motivadora que existe. Tudo está intimamente ligado a forma como amamos ou odiamos as coisas, e esses sentimentos geram emoções que agem quimicamente em nosso organismo, para o bem ou para o mau. Você com certeza já deve ter presenciado, ou pelo menos ouvido falar, de pessoas em certas situações que motivadas pelo amor conseguiram muitas coisas.
Quero falar do amor incondicional, que é muito poderoso e sem sombra de duvida o melhor dos sentimentos que podemos desejar ao nosso próximo. Tanto que Jesus durante sua vida terrena falou incansavelmente do amor, alterando inclusive o primeiro mandamento da lei judaica, incluindo o amor (João 15:17). Muitas pessoas não sabem os milagres o amor pode realizar. Nas palavras do bispo presidente da Igreja Anglicana dos Estados Unidos Michel Curry: " Há poder no amor. Não o subestime. Qualquer um que já tenha se apaixonado sabe o que eu quero dizer. Mas pense no amor sob qualquer forma. Ser amado e expressar amor é bom. Há alguma coisa certa a respeito disso. E por um motivo." As pessoas podem fazer as maiores coisas motivadas pelo amor, ele é tão forte que persiste as doenças, distancias e até mesmo a morte. Estou falando do amor verdadeiro, aquele amor desinteressado, não carnal, não sexual o amor que não espera nada em troca, ele existe porque tem que existir, porque foi cultivado e vem de Deus. Neste exato momento que você está lendo esse texto, milhares de pessoas estão amando no mundo todo, mas, outras centenas de milhares estão precisando de amor, estão sentindo-se esquecidas e não amadas, amarguradas pela falta do amor. Você já experimentou praticar esse amor, desinteressado sem esperar nada em troca? Talvez você possa pensar, mas esse tipo de coisa não existe, ninguém ama desta forma todas as pessoas, desinteressadamente. Mas eu te digo que existe. Conheço pessoas que se propõem a ajudar as outras, sem mesmo nem conhecer, apenas pelo nobre desejo de ver bem, isso é amor. Em meus atendimentos como sacerdote, conheci uma senhora chamada Cecília, ela é uma dessas pessoas iluminadas, que não consegue ver pessoas em dificuldades, que não pode ver alguém passado por algum tipo de t necessidade que já se coloca para ajudar, seja financeiramente ou mesmo com algo que ela possa fazer. Dona Cecília tem uma irmã que sofre de uma doença neurológica e foi abandonada pelos filhos. Ela aos seus 75 anos, com dificuldades para caminhar, buscou a irmã Helena, que não caminha, e pouco fala e trouxe-a para casa e cuida dela com tanto zelo e carinho como se fosse sua filha. Todos os meses levo a Comunhão para elas, já que não podem sair de casa, saio de lá emocionado. Dona Cecília desenvolveu uma espécie de câncer bucal estes últimos dias, durante uma de suas idas ao posto de saúde para consulta, observava a situação de um senhor, muito pobre, que precisava fazer um tratamento que demoraria alguns meses ou até anos para ser atendido pelo SUS, não possuía condições financeiras para o tratamento particular. Sem conhecer o senhor, pois nunca teve nenhum contato com ele, dona Cecília disse " eu vou pagar para você fazer o tratamento particular." E fez, e assim ela faz, um exemplo de ser humano iluminado que não consegue ver o sofrimento do outro sem ajudar. Assim ela faz com muitas pessoas que recorrem a ela. Dona Cecília faz isso sem esperar nada, sem nada em troca, simplesmente por amor, por sentir o chamado de Deus a servir ao próximo com amor. Quando vejo pessoas como ela , entendo que o amor é muito poderoso e transformador, através dele muitas coisas são possíveis, a esperança está no amor. Amemos mais! A palavra de Deus contida nas Escrituras, em todo tempo e lugar foi e é como uma lâmpada para iluminar o obscurantismo e as injustiças cometidas em todos os tempos, no qual o ser humano foi protagonista. Através dos sábios e dos profetas todo tipo de crime contra Deus e o próximo foi denunciado, clamando pela justiça e pelo bem ,e anunciando o Reino de Deus que é paz e justiça.
Mas a Escritura também fora usada para mal, quando pessoas despreparadas sem a luz do Espirito Santo a interpretaram de forma excludente e de acordo com seus próprios interesse, fazendo uma leitura deturpada e na maioria das vezes oportunista. A palavra de Deus contida na Bíblia vem sendo estudada há séculos por teólogos e especialistas, que analisam e procuram entender através da ciência e do Espírito a mensagem de Deus. Existem códigos e contextualizações que devem ser observadas para que possamos entender profundamente o real sentido do escrito sagrado. Interpretações fundamentalistas e não contextualizadas da Bíblia levam pessoas, e muitas vezes grupos inteiros a ignorância e ao fanatismo. Daí tão comum ver hoje em dias as mais cruéis barbáries cometidas por radicais religiosos, desde agressões morais até físicas e muitas vezes mortes. Atitudes totalmente contrárias a tudo aquilo que contém nas Sagradas Escrituras. “Deem graças ao Senhor, porque ele é bom. O seu amor dura para sempre.” Já dizia o salmista em Salmos 136:1. A mensagem divina é clara e sempre atual e deve ser contextualizada com o momento que vivemos, sempre voltado para o amor que liberta, inclui e é igual para todos sem distinções, qualquer tipo de extremismo não pode vir do Deus do Amor. A palavra do Senhor é sempre viva e atual liberta e dignifica o homem e a mulher, Deus não faz nenhum tipo de exclusão de gênero, raça ou orientação sexual. “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e elas mesmas são as que dão testemunho de mim. “(João 5: 39). Tudo aquilo que oprime e causa dor, não vem de Deus e tão pouco de sua Palavra. O Universo inteiro é o testemunho do Deus da vida. Toda criação da testifica o criador, e tudo que ele criou é vida e amor eterno. Existem muitos lideres religiosos que sem preparo necessário, sem ciência e sem o Espírito Santo colocam-se a interpretam a Escritura de acordo com suas conveniências levando milhares de pessoas a ignorância religiosa e fundamentalismo opressor. Usando de trechos e partes isoladas, sem qualquer contextualização, para ratificar seu modo de ver . O próprio Jesus disse: “Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco.” (Mt 15:14). O farisaísmo religioso que já existia no tempo de Jesus, ainda existe hoje, onde o orgulho e a vaidade se juntam para usar o poder religioso e deturpar as escrituras, algo que o próprio Jesus abominou. Na época de Jesus, o comercio de víveres no Templo era dirigido pelos sacerdotes, que tinham sua próprio moeda, um negocio muito lucrativo e rentável que explorava os fiéis, que eram simples e muito pouco conhecimento de Deus tinham. Algo tão injusto que irritou o próprio Jesus que expulsou os vendilhões do Templo (Jo 2: 13-25). Quando vejo o grande comércio religioso nos dias de hoje, construção de Templos enormes e luxuosos, e pouco preocupação em matar a fome dos necessitados, lembro-me exatamente desta passagem do evangelho. A Leitura orante, aliada a uma exegese verdadeira e aberta ao momento atual é a melhor forma de ler e entender a palavra de Deus. Buscar orientação através de teólogos e ministros bem preparados para o ensino da palavra é muito importante, assim como ler bons livros e participar da vida da Igreja, grupos e eventos voltados para o estudo da Bíblia, e é claro orar e pedir ao Espirito Santo a iluminação necessária para entender a mensagem de libertação do Senhor . Não podemos deixar de concorda com Chaplin quando diz: “A vida é significado; a vida é desejo.” Desde os tempos mais remotos o homem e a mulher buscam significados e objetivos para a vida, anseiam por dar um significado maior do que apenas viver, e seguir uma vida sem sentido, mecânica e totalmente imanente. Busca-se um sentido mais transcendente e existencial para a vida, dando sentido e sabor as relações vivenciais.
A busca de dar um sentido mais profundo na vida é um importante fator de prevenção para o suicídio. O alerta foi feito pelo psicólogo Carlos Henrique Aragão Neto, especialista em luto no VI Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio, promovido pelo CVV, em Fortaleza. O pesquisador aponta uma equação complexa, mas direta, entre a falta de sentido e o vazio existencial, que podem resultar no comportamento autodestrutivo. “Alguém com comportamento suicida fala do desespero, mas ninguém nasce desesperado. É o que a gente chama de afeto intolerável”, explica. Mas como dar sentido? Encontrar respostas para as dúvidas da vida? A solução obedece a uma dimensão universal, que envolve o nascer, crescer e morrer, mas também particular, com questões de natureza social, profissional, espiritual e culturais muito específicas de ser para ser. “Às vezes se aposta muito em algo que não dá certo”, observa. A verdade é que o modelo padrão de vida que a sociedade nos oferece é sintético, criado em laboratório, podemos dizer, não permitimos mais que a vida siga seu curso natural estamos a todo momento inserindo mecanismos para controlar as diversas ocorrências, para que tudo saia de acordo com nossas vontades. Esta interrupção do ciclo natural da vida, onde tudo é controlado, nossos desejos pela propaganda e mídia, a forma como nos relacionamos através de compostos químicos que inibem o excesso de ansiedade ou mesmo amortece os sentimentos, um modo de vida totalmente planejado, robotizado. Esse jeito de viver tem causado um grande vazio emocional e espiritual no ser humano. Consultórios psicológicos e psiquiátricos nunca estiveram tão cheios e o mercado tem necessidade de novos profissionais. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que 800 mil pessoas cometam suicídio anualmente, uma a cada 40 segundos, o que equivale a 1,4% dos óbitos totais. Cerca de 78% ocorrem em países de renda média e baixa. Segundo a OMS, apenas 28 países possuem estratégia nacional de combate à morte voluntária. A média global é de 10,7 por 100 mil habitantes, sendo 15/100 mil entre homens e 8 entre as mulheres. O que está acontece conosco? Atingimos a cada dia mais desenvolvimento tecnológico que facilitam a vida e mesmo assim as pessoas não estão felizes? Existem muitas formas de responder a essas perguntas, a mais simples é a falta de sentido para vida. Muitas pessoas não encontram um motivo para viver, o modelo vigente não só tira Deus das pessoas mas, também a capacidade de socialização, tão necessária a sobrevivência da espécie, só conseguimos chegar até aqui porque em todos os momentos de nossa caminhada terrestre estivemos aliados ao sagrado e ao comum, vivendo em grupos experimentamos o real sentido de viver dedicando-se a outros. Somos seres criados exclusivamente para servir um ao outro, através do amor, nos alimentamos do amor divino e devemos redistribuir ao próximo através de ações de solidariedade que são o que dão verdadeiro sentido a vida. Só através do amor é que podemos encontrar sentido na vida, doando-se ao outro sem pensar em retorno, se pensar e receber nada em troca. É o chamado “amor dos santos” desinteressado voltado para o bem e para o crescimento espiritual de todos. Conhecemos várias histórias de pessoas que viviam uma vida vazia, angustiados e obscurecidos pela falta de amor - pois é amando que descobrimos a nossa verdadeira essência e passamos a nos amar também - essas pessoas encontraram significado na vida quando passaram a se dedicar mais ao próximo, a família, aos filhos, esposo ou esposa, ao desconhecido e assim sucessivamente criando uma rede do bem, levando amor a todos. Essas pessoas passaram a não idolatrar mais o dinheiro e o poder, mas aprenderam que o verdadeiro poder, esta em levar o bem a quem precisa. Quando descobrimos nossa verdadeira essência, não há mais motivos para o medo a angustia ou o desejo de morte, quando percebemos o verdadeiro segredo do amor todos os dias são diferentes e cheios de paixão pela vida. Nossa íntima ligação com a mãe terra, Pacha Mama tem origem no princípio de nossa criação. Há 7000 mil anos quando os primeiros homens Ândalos foram criados na África, berço da civilização humana, como muitos pesquisadores já afirmaram, estes primeiros homens estavam intimamente ligados a terra e a cultuavam como deusa, geradora da vida e do sustendo e equilíbrio do homem. Não é a toa que a palavra homem tem origem latina e vem de húmus que é terra. Nossa ligação com o ecossistema se dá integralmente porque nós somos parte dele e por ele vivemos e somos nutridos, porque assim como o pluriverso, não considero a criação de um único sistema cosmológico, mas, sim vários, criados por Deus que do caos, do “erro” do “desequilíbrio” ordenou e reorganizou tudo criando todas as coisas através do verbo que é energia, puro calor, a vibração do Espírito, Ruah Kadosch.
O profeta Amós era pastor e cultivava sicômoros, uma fruta parecida com o figo. Amós era um homem simples, do povo que sentia como a maioria o peso da opressão, que desde aquela época existia, onde a corrupção estava espalhada desde o Templo, com o sacerdotes até os juízes que vendiam suas decisões.
Apesar de morar no campo e ser homem simples, Amós conhecia bem a política a situação do povo na sua época. Suas profecias são consequência de uma irresistível vocação para denunciar as injustiças observadas no Reino de Israel, e proclamar o juízo divino. Seu ministério profético foi muito curto e foi focado no Reino de Israel, na época do Rei Jeroboão II (783 a 743 a.C.). Desenvolveu suas profecias enquanto viveu na cidade de Betel. Amós foi firme enquanto denunciava à opressão e violência que as nações estrangeiras realizam sobre o povo de Israel. Nesta época a injustiça andava de mãos dadas com a exclusão conforme diz o profeta: “Porque vendem o justo por dinheiro e o indigente por um par de sandálias. Eles esmagam sobre o pó da terra a cabeça dos fracos e tornam torto o caminho dos pobres.” ( Amós 2,6b-7b). O profeta denuncia os horrores de uma classe política e sacerdotal que oprime e esmaga os mais pobres. Um dos problemas mais graves, denunciado pelo profeta, é que os sacerdotes protegiam e ainda contribuíam para opressão, a religião servia de fator de alienação. Enquanto as pessoas ficavam cada vez mais pobres e exploradas, haviam grandes procissões e animados cultos, para que os sacerdotes enriquecessem com mais ofertas. Os magistrados eram corrompidos e vendiam seus julgamentos em favor dos poderosos. Amós denuncia um Israel que não mudou muito, nem mesmo no tempo de Jesus. Na época de Amós, Israel vivia uma nova época de progresso, além de contar com um relacionamento pacífico com Judá e outros reinos vizinhos. As grandes potências - Assíria e Egito - estavam enfraquecidas. O país estava tão fortalecido que o reinado de Jeroboão chegava a se comparar ao de Salomão, tamanha a riqueza de sua corte. Mas esse desenvolvimento econômico possuía uma face perversa: Enquanto o país como um todo se desenvolvia, a parcela menos favorecida da população ficava cada vez mais pobre. Essa injustiça manifestava-se nos subornos nos tribunais; na exploração dos devedores; no comércio fraudulento e na prostituição sagrada. A condição para que Deus possa novamente se fazer presente em Israel é a mudança, amar o bem e isso implica na prática da justiça. Trazendo para o atual contexto histórico pelo qual estamos vivendo, principalmente para a nossa realidade brasileira, vemos que as mesmas coisas acontecem aqui. É possível ver enorme semelhança com o contexto de Amós a dois mil e setecentos anos atrás. Continuamos a ver uma minoria que realmente tem poder, e que usa esse poder para explorar as maiorias pobres. Continuamos a ver políticos corruptos, que usurpam o dinheiro público que deveria ser transformado em bem estar para todos, sobretudo aqueles que mais necessitam. Um Estado totalmente corrompido, nas mãos de uma oligarquia político-hereditária, verdadeiro sanguessugas causadores da miséria e da fome de milhões de brasileiros. Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) em 2016, entre 2,5 milhões e 3,6 milhões de pessoas voltaram a viver abaixo do limiar de pobreza no país. Resultado de políticas públicas defasadas e ineficientes, sobretudo causadas pelo desvio e a corrupção do dinheiro público. Quando analisamos este cenário a luz da Bíblia, podemos verificar que a opressão e a corrupção do ser humano só evoluíram e o egoísmo e a vaidade se tornaram a mola propulsora do reino do diabo. Todas essas pessoas que roubam, corrompem e contribuem para a morte e a pobreza do outro serão culpadas no dia do julgamento de Javé, conforme pré-anuncia Amós, não são dignos e estão sobre grave pecado contra Deus. As escrituras já diziam isso sabiamente há muito tempo atrás: “Quando os honestos governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama. Quando o governo é justo, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça.” (Provérbio 29. 2, 4). Churchless christianity é novo termo pelo qual estão sendo definidas as pessoas que vivem sem Igreja, são pessoas que acreditam em Deus, oram e meditam as Escrituras, mas, não estão ligadas a nenhuma igreja ou confissão. Um fenômeno cada vez mais crescente nos Estados Unidos e na Europa. Não são pessoas que deixaram completamente sua fé, apenas não frequentam mais igrejas, não tem vínculos com nenhuma instituição, em casa, no trabalho elas acreditam estar vivendo um cristianismo próprio. A grande maioria já frequentou igreja e afastou-se por alguma situação incômoda ou, depois de passar por muitas confissões não encontrou aquilo que dentro do seu próprio conceito seria a igreja ideal. O teólogo francês do início do século XX, Alfred Loisy, sacerdote católico romano, afirmou certa vez que: “Cristo não fundou nenhuma Igreja, nem estabeleceu nenhuma forma de governo para ela, porém seu anuncio do Reino de Deus e a transmissão dessa mensagem aos seus discípulos conduziu a formação da Igreja, que é o resultado da vontade de Jesus.” Esta declaração foi suficiente para que o Papa Pio X o afastasse da docência na Escola Católica de Teologia da França. A declaração de Loisy incomodou muito o clero, na época a igreja como um todo ainda não tinha passado por uma das maiores crises de fé, como a que estamos vivendo atualmente. Durante toda idade média e até o início do século XIX era possível estabelecer que a maioria das pessoas fosse fiel ou pertencia ao clero, hoje, é possível achar muitas pessoas que não são nem fiéis religiosos e nem do clero, mas, também não são ateus. O Instituto Barsa divulgou uma pesquisa que revelou o perfil de nossos jovens com respeito a religião: Em torno de 60 % dos jovens criados dentro de Igrejas, ao alcançar o ensino médio ou faculdade abandona completamente. Milhões de jovens em todo mundo se afastam todos os dias da igreja e uma grande maioria poderá nunca mais voltar. Mas qual o motivo desse afastamento? São diversos, mas, alguns fazem parte da reclamação da grande maioria. Nossos jovens, diferentes dos jovens do passado tem acesso a escola e educação racional, eles não conseguem entender nem aceitar quando a igreja diz que a ciência é inimiga da fé e que fé e ciência não podem andar juntas. Outra reclamação dos jovens é referente a sexualidade e orientação sexual, muitos não se encaixam em grupos preconceituosos, na verdade a maioria das igrejas não são inclusivas e seus membros não conseguem conviver com a diferença. A experiência superficial que muitas igrejas impõem, sem nenhum aprofundamento espiritual também incomoda esses jovens, muitos buscam em religiões orientais essa lacuna. Outra questão que tem afastado os jovens são as dúvidas sinceras, que muitas vezes são vistas como falta de fé ou um pecado mortal, a maioria das igrejas não orienta quanto a isso. O fenômeno do esvaziamento das igrejas esta baseado, sobretudo na falta de visão que muitas instituições tem em tratar as diferenças atuais, de procurar um olhar um pouco mais claro sobre as mudanças da sociedade, elas tem dificuldades em traduzir a mensagem de Deus para o momento e suprir os fiéis com um evangelho mais sensível, com respostas para os problemas e as duvidas do homem do século XXI. Evidentemente que o problema não está só nas igrejas que muitas vezes não conseguem dar respostas, mas, também nas famílais. A família atual não tem estabelecidos bases para os nossos jovens, e não estou falando porque hoje existem novas famílias diferentes da família do passado, falo de todo o tipo de família, os pais não conseguem mais estabelecer uma relação de amor e respeito com seus filhos, vejo muitos pais reclamarem dos filhos não os acompanhar a igreja, mas, quando buscamos a realidade dessa família percebemos que o lar não é um porto seguro, existe desarmonia, o casal não se respeita, não existe um real testemunho de vida cristã na qual seus filhos podem se espelhar. Resultado de tudo isso, muitos lideres religiosos tem buscado cada vez mais recursos para atrair as pessoas, milagres poderosos, promessa de prosperidade e por ai vai até onde a criatividade alcançar. É preciso entender, sobretudo que, as pessoas precisam sentir-se bem, acolhidas, saber que Deus as ama. Não é passar a mão na cabeça e dizer a salvação está garantida, mas sim mostrar que a vida em comunidade é importante, onde cada um tenta ajudar o outro verdadeiramente, sem perguntas, sem preconceito, apenas mostrando o amor cristão, que ali é possível achar uma família extensão do lar, que não vai se afastar nem criar contendas quando o outro erra, buscando o verdadeiro sentido do amor filial de cristão sem julgamentos. A igreja precisa encontrar seu caminho no mundo atual, achar uma forma de pregar o evangelho sem entrar em conflito com a ciência ou com a razão, não é dizer sim para tudo, mas mostrar que a verdade evangélica está além da instituição, que é possível viver o Reino de Deus sem entrar em choque com a realidade. Muitas igrejas contribuíram para que as pessoas criassem uma péssima visão da religião, foram usados mecanismos de exclusão e morte durante muitos séculos “pregando” o Deus da vida por meios que causaram morte física, moral, espiritual e emocional. Faltou a muitas igrejas fazer o “me culpa” e estabelecer um diálogo com a vida moderna. É possível viver o Reino de Deus sem igreja? Talvez, mas creio que seja mais ou menos como travessar o oceano Atlântico sozinho com um pequeno barco, alguns já conseguiram, com muitas dificuldades, mas milhares já morreram tentando, neste caso eu prefiro atravessar essas águas furiosas dentro de um transatlântico tendo um capitão hábil no comando é infinitamente mais seguro. A sociedade ao longo da história tem sofrido mudanças significativa no seu ethos ( Grego: conjunto de hábitos ou crenças que definem uma comunidade ou nação). Os valores têm mudado muito, se analisar o comportamento das pessoas da década de 80, por exemplo, século passado, vamos notar características que já não conseguimos verificar em nossa realidade atual. Nos anos 80 os brasileiros vivenciaram o início do processo de abertura política, após longo período de ditadura militar. As pessoas foram mobilizada a participar dos destinos do país e de intervir nos diferentes níveis de governo. Naquela época como hoje, existiam profundos contrastes sociais e econômicos, resultado de um modelo de sociedade extremamente excludente, em que a maioria da população não tinha acesso aos bens sociais básicos, entre estes, a educação, saúde, saneamento básico e habitação.
Basicamente no tange a questões políticas e econômicas não houve muitas mudanças, e as dores continuam as mesmas, só aumentou o quadro de doenças. As pessoas nascidas entre a década de 60 a 80 aprenderam a duras penas a lutar por seus ideais, a lutar por aquilo que queriam, reivindicando seus direitos muitas vezes a base da cacetada enfrentando uma terrível repressão. Surgiram vários movimentos e organizações procurando conscientizar os indivíduos da sua condição. Era imprescindível que os indivíduos se apropriassem do instrumental e de mecanismos básicos para fazer valer os seus direitos, um deles a educação, o principal veículo, uma vez que a educação é um dos principais instrumentos de formação da cidadania. Foi uma luta intensa, contra a ditadura e a opressão onde não havia um real Estado de Direito, mandava quem tinha poder e calavam os fracos. Contudo sempre havia aqueles que não se omitiam a luta saiam as ruas protestar contra o regime opressor. A ditadura civil-militar que esteve em vigor no Brasil entre 1964 e 1985 teve como uma das formas de oposição a luta armada contra o regime, centenas de cidadãos foram mortos torturados e exilados. Essa geração, aprendeu a lutar pelo que quer, entendeu que é preciso ter responsabilidade que nada é por acaso e que muitas coisas precisam ser conquistadas, algumas destas conquistas exigem um alto preço. Essa nova geração que está chegando agora, nascida na década de 90 -2000, já pegou muita coisa pronta, são filhos que nasceram em casas confortáveis, dormem em quartos separados com televisão e vídeo game, a grande maioria não trabalha só estuda, e não sabem como é pagar as contas e colocar comida na mesa. Quando chega na hora de enfrentar a vida, não conseguem conquistar seu lugar ao sol. Muitos continuam a morar com os pais, mesmo depois de formados. Jovens muitas vezes sem compromisso, que não se preocupam com o futuro, instáveis, não sabem receber ordens, tem sérios problemas de convívio social e não respeitam hierarquia. Não se prendem a relacionamentos, não estou falando apenas em relacionamento afetivo, mas no geral, muitos não conseguem estabelecer uma relação sadia e de com a sociedade como um todo. Não é de se estranhar, por exemplo, que os casamentos hoje em dia, na sua maioria não duram, o grau de comprometimento das pessoas com todas as coisas a sua volta está cada vez menor. Uma sociedade totalmente aquém de suas. Temos ouvido frequente reclamações de pais, professores, empresários lideres com a dificuldade de encontrar jovens comprometidos, que vistam a camisa, que cumpram suas obrigações e tenham responsabilidade. Esse jovem não aprendeu a lutar, ele não foi ensinado a pescar, o peixe já vinha pronto e preparado. Ele não assistiu à miséria, a fome, a guerra não lutou por seus direitos e muitas vezes nem dá valor para que tenha hoje. Muitos estão doentes, alienados sofrendo de patologias mentais e psicológicas, totalmente alienados do mundo em redor. É preciso resgatar essas pessoas, Igrejas, associações e instituições podem ajudar, levando a realidade e ensinando o compromisso com Deus, com o próximo, com o planeta e tudo a sua volta. Ou caímos no risco de ver esses jovens seduzidos por discursos moralistas e reacionários, pensando que não há mais solução que força é melhor que diálogo, que exclusão é melhor que inclusão, ajudarem a escolher péssimos governantes . O exemplo dos americanos que na ultimas eleições elegeram Trump presidente e agora estão arrependidos de terem escolhido o discurso opressivo travestido de moral. Aqui no Brasil, estamos seguindo o mesmo caminho. Nesta passagem Jesus claramente coloca a verdadeira missão do cristão de estar a serviço do outro: “Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me”( Mt 25,35-36), está bem clara aqui o chamado do mestre a conversão e ao amor ao próximo.
Mas esse chamado não é algo feito apenas para satisfazer a nossa consciência, quando fizemos alguma coisa e achamos que o pouco que fizemos já o bastante para o outro. Ficou evidente para aqueles que querem se tornar discípulos de Jesus e seguir o exemplo do mestre, não dá para ser morno, é preciso ser quente(Ap 3,15), é preciso estar cheio do Espírito Santo que é sopro divino, vento e movimento, sair e fazer ação em defesa de um mundo mais justo e fraterno, onde o individualismo não terá lugar, onde a vida fraterna e comunitária será o cerne do Reino de Deus iniciado aqui, na Terra. Muitas pessoas acham que dando pão e ajudando uma vez ou outra os pobres, está cumprindo seu compromisso de cristão. É muito mais do que isso, vai além do assistencialismo e do mero reformismo, é preciso estar sintonizado com a causa do evangelho da liberdade, é preciso ir contra toda e qualquer forma de opressão, lutar por uma sociedade onde todos possam viver em harmonia, onde desapareça o preconceito, a injustiça e todos sejam iguais e tenham os mesmos direitos. O cristão que aceitou verdadeiramente a Jesus, que passou pela verdadeira conversão, não aquele que como o fariseu ora em línguas, passa por êxtase emocional e prega por horas a ‘palavra de Deus’ que se acha salvo sua e envia para o inferno a todos os outros que são iguais a ele ou não frequentam a mesma igreja. O cristão transformado e convertido aceita com fé e amor o discipulado de serviço ao outro, olhando para causa dos muitos filhos de Deus. Ele se torna o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5, 13-14). Ele não aceita a opressão e a divisão, está sempre disposto a partilhar o amor e a comunhão, não se deixa levar pelas modas do individualismo e da segregação, está preocupado em fazer a mensagem evangélica do amor ser levada a todas as pessoas, sem distinção de raça, cor, gênero ou opção sexual, porque todos somos filhos do mesmo Deus de amor. A fé precisa estar a serviço do Reino e do evangelho libertador, assim como o amor dos cristãos precisa estar com os olhos abertos sobre a realidade histórica que vivemos, fermentando a mensagem liberadora do Cristo. A verdadeira ascese espiritual vem do encontro forte com o Deus da história que se encontra no próximo, no necessitado pobre, no amigo que procura apoio, no rosto dos marginalizados e excluídos pelo moralismo religioso. A fé não acontece totalmente se não tiver compromisso com o próximo, e for animada pela mensagem do reino de Deus que já começou neste mundo. O Reino de Deus é paz e justiça e alegria no Espirito Santo (Rm14,17) e leva-nos a uma libertação, somos levados a agir, pela justiça, pelo amor, pela conversão e a renovação para uma sociedade mais justa e fraterna. A igreja Episcopal Anglicana do Brasil estará sagrando no próximo sábado a primeira mulher epíscopa da América Latina, a reverenda Marinez R. Santos Bassottocom; Com certeza um momento histórico para a Igreja no sul das Américas. Evidente que nem todos são a favor, existem muitos bispo dentro da Comunhão Anglicana que são totalmente contra, muitos até acham que esse progressismo todo é contra os preceitos evangélicos.
Não é de se estranhar, pois viemos de uma tradição judaica totalmente patriarcal, onde em muitas divisões do judaísmo a mulher é tratada como nada, ou como acessório do homem, era frequente tanto na cultura judaica, como na cultura cristã a mulher ser dada (o termo certo seria vendida) em casamento para união de reinos e ou famílias. Durante muitos séculos a mulher esteve atrás, nos bastidores, oculta, vítima de tradições patriarcas e profundamente misóginas. Ocorre que há um grande erro não só teológico como semântico, na tradução da bíblia hebraica, no relato da criação (Gn 2,22) Deus cria uma companheira para o homem no qual o termo hebraico “costela” ou seja, “tsella” não seria costela e sim “ao lado” esse seria o sentido exegético do termo, algumas traduções tiveram erros na sua transcrição por copistas, e isso fortaleceu ainda mais o machismo religioso. Do lado lembrando sempre o lugar da mulher que é ao lado, nem a frente e nem atrás do homem, mas ao seu lado. Esta exegese conflita com o pensamento teológico antigo que coloca o termo “costela” de forma pejorativa, como algo inferior, dando a entender que a mulher é retirada do homem, então é inferior. Sabemos que Deus não faz distinções entre seus filhos, que ele é Pai e Mãe amoroso e sempre justo. Em diversas culturas antigas o sacerdócio feminino esteve presente, e a mulher era evidencia, Pitonisas, Vestais de Ísis, de Inana, Sibilas na Grécia antiga no Egito e em muitas outras culturas. A Etiópia citada no livro dos Atos dos apóstolos era governada por uma rainha. “Dispôs Deus trazer da terra dos etíopes um oficial da rainha deste país (At 8,26-38). Segundo antigo costume, até hoje, este país é governado por uma mulher. Foi este oficial, primícias dos fiéis do universo, o primeiro dentre os gentios a se tornar por meio de Filipe, graças a uma manifestação divina, participante dos mistérios do Verbo divino. Conta a tradição que, regressando ao país natal, foi o primeiro a anunciar o conhecimento do Deus.”* O Evangelho de Lucas cita nominalmente as sete mulheres apóstolas de Jesus (Lc 8: 1-3), estas mulheres participaram ativamente da vida e do ministério de Jesus. Sem contar que o sacerdócio feminino foi amplamente praticado no início do cristianismo. São Paulo e antigos documentos da Igreja referem-se a diaconisas. Eram mulheres de conduta irrepreensível chamadas a participar dos serviços da Igreja. Recebiam o seu ministério pela imposição das mãos do Bispo. Em I Tim 3,11 o contexto mostra que São Paulo não fala das mulheres em geral, mas, da categoria das diaconisas, que vêm a propósito na exortação dirigida aos diáconos, há quem prefira dizer que se trata aí das esposas dos diáconos – o que parece pouco provável, pois em tal caso o Apóstolo teria escrito: “As suas esposas…” O mais antigo relato sobre o sacerdócio feminino é o de Plínio o Jovem, governador da Bitínia (Ásia Menor), que, tendo recebido a ordem de prender os cristãos em 112 D.C. escrevia ao imperador Trajano ter submetido à tortura duas cristãs honradas com o título de ministras (ministrae). De qualquer a forma a Igreja age com justiça e equidade quando permite que mulheres dignas subam ao alta depois de séculos de opressão e vozes caladas pelo machismo clerical, lembrando que foram elas as mulheres miróforas, as primeiras testemunhas da ressurreição do Cristo. *Patrística - História Eclesiástica -Por Eusébio de Cesaréia O conceito de Deus e de religião tem se tornado cada vez mais subjetivo, cada um julga que conhece a Deus da sua forma. A forma na qual estamos vivendo o homem moderno, inserido nos usos e costumes da sociedade atual, ditam as modas e a forma privatizada que as pessoas estão utilizando para o “encontro com Deus.” Essa relação moderna que está se estabelecendo com o divino, cada vez mais particular e personalizada, onde é Deus que tem que se flexibilizar conosco, dando a falsa ideia de que religião e espiritualidade são a mesma coisa. Erroneamente as pessoas pensam que não precisam mais ir a Igreja, porque podem orar em casa, segunda ideia moderna não precisa mais me deslocar porque Deus está dentro de mim. Efeitos do estilo e sistema individualista que vivemos, somos obrigados a trabalhar e temos menos tempo para o sagrado e a vida comunitária, tão necessária não só espiritualmente como psicologicamente.
O que ocorre é a dessacralização de Deus, tudo pode ser Deus, o contato com Deus está em tudo, eu não preciso mais orar, meditar e fazer boas obras e muito menos assistir ao Culto ou a Missa. Erroneamente algumas pessoas confundem certas correntes espiritualista com religião, com a vida em Deus. O teólogo Lactâneo (séc IV) e Agostinho de Hipona descreveram o sentido da palavra religião, religar o homem a Deus. Não obstante estamos vendo esse novo homem e mulher se distanciando de Deus, procurando um Deus mais simples, menos exigente, prático para a vida rápida e sem tempo dos dias atuais. Daí o esvaziamento da igreja e a criação de novas formas de culto, nem sempre calcadas na verdade cristã. Daí as várias doenças psíquicas, como transtorno bipolar e depressão, tão conhecidas de nossa atual sociedade, esvaziada de Deus e ‘cheia de espiritualidade’ totalmente sem sentido que no final em nada acrescentam ao ser. Não estou aqui falando de alteridade, ou seja, respeito a diversidade e ao diferente, mas sim a essa lambanças de pseudo-espiritualidade, correntes filosóficas e religiosas que mais confundem e dogmatizam do que esclarecem e . O mundo de hoje, é muito diferente daquele em que nossos pais viviam, a resposta a algumas perguntas que no passado não eram acessíveis, agora estão na ponta do dedo, em smartphones e tabletes. Toda essa evolução não trouxe respostas a algumas inquietações de hoje, não respondeu a perguntas que a religião respondeu a muito tempo, qual o sentido da vida, e o coração do homem continua inquieto. A busca de equilíbrio para alma continua atormentando o ser humano. Já na época de Santo Agostinho haviam dúvidas em sua alma, conforme descreve em Confissões: “ Todavia esse homem, particulazinha da criação, deseja louvar-vos. Vós o incitais a que se deleite nos vossos louvores, porque nos criastes para Vós e o nosso coração, vive inquieto, enquanto não repousa em vós” ( Santo agostinho, 1966 p 27). Estamos assistindo um grande crescimento e valoração da razão instrumental tecnológica e sistêmica, em detrimento da busca profunda de Deus, para dar sentido a vida. Tornou-se objeto de ambição humana o modelo de vida prático, econômico e vazio. O resultado disso é um ser humano vazio e sem Deus, hominizado como disse o especialista em religião Urbano Zilles (2010 p. 12): No campo do conhecimento, as modernas ciências experimentais transformaram totalmente nossa visão de mundo e conduziram ao comportamento racional perante a realidade. Permanece e prevalece o que resiste à critica nacional. A ciência e a técnica dão ao homem um suposto senhorio sobre as coisas para a sua manipulação e o planejamento racional. O resultado é um mundo hominizado e secularizado, despido do vestígio de Deus. Esse ethos (modo de vida) moderno destrói as relações sociais, individualiza e subjetiva Deus, relegando a nossa relação com Deus a se tornar cada vez menor ou até mesmo abolindo Deus. Entronizou-se a razão crítica como a norma fundamental da sociedade. O malogro desse projeto revela-se pelo fato de a razão fracassar na tarefa de criar uma sociedade humana, igual, fraterna, livre. Além do mais, ao afastar a religião da função estruturante e normativa da sociedade e entrega-la a subjetividade das pessoas, terminou por provocar um fenomenal surto de denominações e grupos religiosos. Em vez de uma grande religião, de um único universo simbólico tradicional ou de uma razão com pretensões religiosas, assistimos emergir de infinitas manifestações religiosas, novos movimentos religiosos, autônomos, independes, flexíveis, criativos em numero sempre maior. (Libânio 1995). O que vejo como extremamente negativo para a experiência humana com Deus, os frutos estamos colhendo, guerras, doenças, violência e outros. Nossas próximas gerações correm o perigo de não conhecer Deus, de não conhecer o sagrado, de experimentar algo superior a esta dimensão humana. Matando Deus, o ser humano fica vulnerável e suscetível a toda e qualquer ideia nova, não fundamentada e racionalizada pela sociedade de consumo. A metáfora da Águia e da Galinha ilustra bem os dois sentindo que damos a nosso vida e as diversas atitudes e ações que manifestamos. Para que possamos nos situar melhor vou contar a história das Águia e da Galinha para melhor ilustrar o pensamento.
Esta história foi contada por James Aggrey ativista político de Gana na África. Em 1925 James estava participando de uma reunião de lideranças populares que discutia como seria o processo de libertação do domínio inglês. Alguns queriam uma solução através da força e do conflito armado, outros através da organização política, outros por incrível que pareça, queriam permanecer como estavam, sob o domínio inglês. James em sua fala contou-lhes a história da águia e da galinha que passo a descrevê-la de forma resumida: Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas, tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dava a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse. Certo dia, passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês: – Isto não é uma galinha, é uma águia! O camponês retrucou: – Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha! O naturalista disse: – Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa. Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse: – Voa, você é uma águia, assuma sua natureza! – Mas a águia não voou, e o camponês disse: – Eu não falei que ela agora era uma galinha! O naturalista disse: amanhã veremos. No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse: – Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e o campo verde lá em baixo veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que és. A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no inicio, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada. Então ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou, devagar, suas asas e partiu num voo lindo, até que desapareceu no horizonte azul. Ao terminar James disse: “Somos todos filhos de Deus, criados a imagem e semelhança de Deus! Existem pessoas que nos fizeram pensar como galinhas, agir como galinhas, mas, nós somos efetivamente águias.” A história contada por James está intimamente ligada a cada um de nós, nas mais diversas situações que passamos durante a vida. E nos faz refletir sobre a busca de nossa autoestima, para as dificuldades e sofrimentos pelos quais estamos expostos, os quais muitas vezes nos colocam sobre forte ameaça psicológica. Como respondemos? Como águias? Ou como galinhas? Na maioria das vezes nosso pensamento está programado para responder como galinhas, estamos condicionados pelo sistema a limitações e a uma visão míope da vida. Somos treinados desde a mais tenra idade a utilizar o arquétipo galinha, não permitindo que emerja nossa potencialidade águia, que voa livre em direção ao céu, para cima, no alto. “Poderes mundial tem interesse em manter o ser humano na situação galinha. Querem apagar de nossas consciências a vocação de águia. Por isso a grande maioria da humanidade é homogeneizada nos gostos, nas ideias, no consumo, nos valores, conforme um só tipo de cultura(ocidental), de música (rock), de comida (fast food), de língua (inglês), de modo de produção (mercado capitalista), de desenvolvimento (material).”* A águia representa em nós a criatividade, a capacidade de romper barreiras realizando nossos sonhos, transcendendo toda limitação e fazendo-nos mais dinâmicos e abertos para novos horizontes. Os arquétipos evocam dentro de nós duas forças que sintetizam todo o sentido de nossa vivência como seres luminosos em uma dimensão terrestre. Precisamos unir os enraizamentos e a abertura, terra e céu, dia e noite, sol e lua, masculino e feminino e assim nos tornamos seres completos e plenos. Como imagem e semelhança de Deus, como inspiração do Criador, desde o nascimento somos impelidos por uma força interna, algo que está dentro do ser de cada um. Como que com o tempo e a busca se tornam como o sol a rasgar a escuridão da noite e clarificar todo o ser, a buscar uma visão maior do Cosmos que é Deus, e quando atingimos essa visão ela produz em nós um novo estado de consciência aumentando a dimensão de nossa percepção do divino. O Sol é o arquétipo que vem associado ao Sagrado e a harmonia de todas as energias psíquicas. Assim como o Sol atrai em órbita todos os planetas de seu sistema, assim somos atraídos para Deus e impelidos a uma experiência divina, encontrando o Numinoso, que é a ressonância do sagrado dentro de nós. É a experiência da presença de Deus no universo e em nosso ser. Quando estamos abertos a sentir essa experiência profunda com o numinoso, então, estamos despertando dentro de nós a águia, saindo da visão galinha para o estágio superior onde não aceitamos mais as indicações profanas do mundo, onde experimentamos o bem, o amor incondicional e a vontade de fazer o bem, não há mais lugar para o preconceito e nem tão pouco para o dogmatismo humano, não há lugar para falta de justiça porque percebemos a dimensão Deus-Homem dentro de cada um de nós e passamos a olhar o próximo como extensão terrena do amor de Deus. *Boff, Leonardo – A águia e galinha uma metáfora da condição humana, Editora Vozes O assassinato da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro é mais um exemplo de que ordem e o progresso não são há muito tempo o lema o preceito maior que dirige essa pátria. Pessoas que se levantam contra a opressão e contra os benefícios aos poderosos acabam sendo vítima de alguma forma. A religiosa americana Dorothy Stang foi outra vítima no Maranhão, Dorothy defendia a causa pelos mais pobres, sua atividade pastoral e missionária buscava a geração de emprego e renda com projetos de reflorestamento em áreas degradadas, junto aos trabalhadores rurais da Transamazônia. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários na região. Atuou ativamente nos movimentos sociais no Pará. No cenário dos conflitos agrários no Brasil, seu nome associa-se aos de tantos outros homens, mulheres e crianças que morreram e ainda morrem sem ter seus direitos respeitados.
Marielle assim como Dorothy e muitos outros que ousaram defender os excluídos e marginalizados, denunciar as injustiças e corrupções, receberam retaliações. Seu martírio não passa desapercebido, serve de exemplo para muitos outros se empenharem a favor da causa do amor. Jesus foi outro exemplo disso, o maior dos exemplos, ao anunciar o Deus da paz, da justiça e dos pobres e desvalidos, também tentaram silenciá-lo, mas, sua morte só o tornou ainda maior. “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mt 25,40). Marielle foi mais uma vítima da injustiça e da impunidade, fez muito mais como pessoa comum e humilde do que muitos outros poderosos que poderia fazer grandes diferenças mas não o fazem. Existem muitas Marielles por ai, que não casam de lutar por um mundo melhor para todos, onde o ódio e o egoísmo não estejam presentes, pessoas que não acreditam que o melhor seja apenas utopia, estão dispostas a dar sua vida pelo outro, pelo bem comum, muitas delas nem religiosas são e estão pondo em prática o que Jesus mandou fazer, profetas contra a injustiça, príncipes da paz; promovendo o bem ao mundo deixando um legado a ser seguido por muitos. Quando uma pessoa tem compromisso só com o Evangelho, torna-se livre para anunciar o que Deus inspira e denunciar tudo o que está contra a Sua vontade. Desde o início do mundo o egoísmo, a ganância e o ódio estiveram presentes, gerando injustiças e desigualdades, no antigo testamento os profetas já denunciavam os abusos e a opressão dos mais poderosos. “Em geral as pessoas pensam que profetas são videntes dotados de poderes especiais para prever o futuro, sem muito que dizer sobre o aqui e o agora. Nada mais distante da vocação do profeta hebreu, que se dedicava, com paixão sem paralelo, a ver, compreender, anunciar e denunciar o que ocorria no seu presente. Tanto assim que suas pregações estavam mais próximas de editoriais políticos de jornais que de meditações espirituais de gurus religioso.”* Uma grande parcela da população mundial não se interessa e nem se preocupa com as politicas e cenários de constantes instabilidades socioeconômicas, para falar a verdade uma grande parte da população mundial não tem nenhuma noção do que é e como funcionam as políticas. Aqui não estou falando de política partidária, não me interesso por isso, estou falando de política no âmbito geral, olhando a partir de uma visão holística. Essas pessoas desinteressadas são apenas massa de manobra para que os grandes agentes do poder possam seguir com seus planos de dominação, opressão e assim obter seus privilégios enquanto a maioria está preocupada em garantir o pão de cada dia e suas necessidades mais básicas. Só haverá verdadeira mudança, quando houver consciência de que juntos somos mais fortes e que devemos lutar pela justiça e pela igualdade de todos, a exemplo das formiguinhas que juntas conseguem carregar grandes pesos, unidos seremos mais forte. Mas os mártires têm aparecido: Gandi, Martin Luther King, Oscar Romero e muitos outros. Líderes religiosos são intimados, perseguidos, ameaçados, expulsos, presos... Isto não aconteceria se fossem aliados do poder. Testemunhos da significação política da religião profética: expressão das dores e das esperanças dos que não têm poder. Em meio a mártires e profetas, Deus é o protesto e o poder dos oprimidos.#mariellepresente *trecho do artigo “O Deus dos Oprimidos” de Rubem Alves Não há como planejar um futuro, para humanidade sem enfrentar a devastação ecológica que desde o século passado tem tomado proporções gigantescas. A ameaça do agravamento da poluição da água e no ar, alterações climáticas, extinção de espécies, desmatamento e muitos outros problemas ambientais que recaem sobre toda a forma de vida na terra devem estar na pauta das grandes nações, visto que são elas as que mais contribuem para este fim.
A raiz de todo o problema está no famoso problema do Homem, alguns mais outros menos, o famoso egoísmo. O desejo do ter pelo ter, do poder e da dominação é o sentimento mais antigo que o homem possui, pois a história tem comprovado que desde muito tempo, guerras e dizimação sempre foram causadas pelo homem, movido pelo desejo da posse, de ser soberano de estar acima de tudo e de todos. De acordo com o teólogo Leonardo Boff, os impactos da devastação da terra afetam negativamente a vida de mais de 80% da população mundial, que vive no Sul. Mais de um bilhão de pessoas vivem em situação de pobreza absoluta, enquanto mais de 3 bilhões não tem o suficiente para comer e mais de 60 milhões morrem de fome a cada ano. Ainda segundo Boff essa transgressão desigual, que ele chama de pecado original, ou pecado do mundo, sempre esteve presente, e cada vez mais transformando-se em um sistema desigual e injusto, no qual poucos tem muito, e muitos tem pouco. A Terra é o maior sacramento instituído pelo criador ao ser humano. O Pai nos delegou o cuidado de mantê-la, cuidar e respeitar, porque ela não pertence a ninguém, mas é de todos e tem condições de suprir a todos de forma igual, não fosse o egoísmo. É preciso que o mundo se conscientize que o futuro humano depende do bem estar da criação, e que todos os sistemas estejam em equilíbrio. A carta da Terra adverte: “Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.” (Preâmbulo da Carta da Terra). É urgente que tomemos consciência de que somos autores deste problema, que as nações mais ricas, principalmente as do norte, cessem esse processo de industrialização e estratificação desenfreado e que políticas severas que protejam o meio ambiente sejam colocadas em prática por todos. Pois como diz a teóloga norte americano Sallie McFague: “Ao destruir a saúde do planeta, estamos destruindo a nossa.” O importância da criação da Terra, como sacramento ao homem foi pronunciado a muito tempo, antes mesmo de o homem habitar aqui, quando Deus em Gênesis 1 declarou que o mundo era bom e mais tarde ratificou a aliança ao criar todas as coisas vivas (Gênesis 9), Deus viu que tudo o que havia criado era bom. Desta forma é muito importante que reafirmemos o cuidado com a Terra, nosso lar, é obrigação de todo aquele que crê em Deus, proteger o maior presente deixado para pelo criador, a própria criação. As instituições financeiras são as maiores responsáveis pela pobreza e desigualdade no mundo18/2/2018 Desde que o liberalismo econômico e a economia de mercado se tornaram o único e mais forte sistema mundial, instituições financeiras tem aferido grande lucros com aqueles que não tem muito e que constantemente vivem a mercê das poderosas instituições bancárias e de crédito, desde a mais pequena até os maiores conglomerados. Mais da metade da renda de 27% da população mais pobre no Brasil, com ganhos até R$ 2 mil, é usurpada pelos juros abusivos de instituições financeiras. Um levantamento, feito pela Serasa Experian, mostra que os valores pedidos em empréstimos são usados para pagamentos de produtos financeiros como cartão de crédito, empréstimo consignado, empréstimo pessoal, financiamento de automóvel, financiamento imobiliário e cheque especial.
Não precisamos ressaltar que no Brasil os juros são altíssimo, fruto das altas taxas de impostos, sendo um dos países mais caros do mundo, isso se considerarmos a renda geral da população mais pobre, que é a grande maioria. Existe uma caçada famigerada e injusta destas instituições à parcela mais pobre da população, em especial aos aposentados, pensionista e funcionários públicos, pois o valor da parcela a ser paga já é descontado direto no pagamento do benefício. É um verdadeiro assédio, muitas são aposentados idosos, sem instrução que são enganados por agentes espertalhões que só explicam o lado bom do negócio, aproveitando da falta de informação dessas pessoas mais simples. Muitas operações financeiras estão cheias de taxas e juros embutidos que na conta final somam uma quantia na maioria das vezes três superior ao valor emprestado. Muitos já estão com mais de 30% da renda comprometida com o pagamento de empréstimos. O que essas pessoas não sabem é que se guardassem esse dinheiro na poupança ou em investimentos que rendem mais que a poupança, em pouco tempo teriam o dinheiro para comprar o bem, sem precisar pagar a mais por ele, e o melhor de tudo sem adquirir uma dívida futura. Esse modelo de esgoelamento da população vem do maldito exemplo dos norte americanos, que são consumistas por natureza, e impulsionado pela propaganda que é patrocinada pelas grandes empresas, a maioria dos países latina americanos copiou o modelo norte americano, modas e tendências são criadas lá para serem vendidas aqui. O pior de toda essa situação é que a pessoas não percebem que estão sendo jogadas em um ciclo vicioso, viver devendo, quando termina de pagar um dívida já esta pronto para contrair outra, muitas vezes maior até do que a anterior. A surpresa vem quando o orçamento fica apertado e situações não esperadas acontecem, como doenças, viagens ou outros, o dinheiro não vai dar para pagar a prestação do empréstimo. É ai que as instituições enriquecem, e ganham dinheiro, através do sofrimento e angustia de pessoas desesperadas, que não conseguem quitar suas dividas e a cada mês os juros vão aumentando chegando a um ponto em que se torna impagável. Os grandes bancos e instituições de crédito são os responsáveis atrás da corrupção política, pela desigualdade, pobreza e morte de muitas pessoas, que muitas vezes não vendo um fim, e nem uma solução acabam tirando sua própria vida ou até mesmo se tornando criminosas . São as instituições financeiras as grandes responsáveis pela falência de pequenas empresas e da população no geral, apoiadas por um sistema político corrupto. Como disse Henry Ford: “Convém que o povo não perceba o sistema bancário e monetário, pois se percebesse acredito que haveria uma revolução amanhã de manhã.” Enquanto estivermos alimentando esses males, nunca seremos livres, tornaremos escravos de um sistema excludente e opressor. A vida passa os filhos crescem nós envelhecemos e não conseguimos viver em paz e harmonia, pois estamos preocupados em como pagar as dívidas. A solução é fácil, viver uma vida simples e aproveitar os momentos, tornando-os mais felizes. Jesus disse: reconhece aquilo que está a tua frente e o que te é oculto, te será revelado. Com efeito, não há nada encoberto que não será manifestado (CF Mt 10,26; Mc 4,22). Com efeito, é comum ouvir desde a época de Jesus o Reino de Deus está próximo, e durante muitos séculos as pessoas tem procurado esse tal reino que não é deste mundo, mas que virá, ou esta em algum lugar. O Evangelho de Tomé é considerado não canônico pela Igreja, por não fazer parte do cânon bíblico, contudo, ele serve para confirmar e esclarecer os quatro evangelhos. Calcula-se que o Evangelho de Tomé teria sido escrito por volta do ano 140 d.C., tendo sido citado por alguns dos primeiros padres do cristianismo, como Orígenes (185-254). Em Tomé Jesus disse: “Se aqueles que vos guiam vos disserem, ‘Vede, o Reino está no céu’, então os pássaros do céu preceder-vos-ão. Se vos disserem ‘está no mar’, então os peixes preceder-vos-ão. Mas o Reino está dentro de vós e (também) fora de vós. Quando vos conhecerdes a vós mesmos, então sereis conhecidos e compreendereis que sois vós os filhos do Pai vivo. Mas se não vos conhecerdes, então vivereis na pobreza e sereis a pobreza.” Em consonância com o escritor de Tomé está Lucas: "O Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: 'Aqui está ele', ou 'Lá está'; porque o Reino de Deus está no meio de vocês".(Lc 17:20) .
Foi claramente respondido pelo mestre nos evangelhos, o Reino de Deus está dentro de cada um de nós, ele é construindo no coração do homem que pratica o amor ao próximo a solidariedade e a verdadeira partilha, vê as necessidades do próximo e o ajuda. Nesse reino não há espaço para ganância, ódio, egoísmo, guerra, exclusão ou qualquer tipo de tirania e opressão. As chaves do reino estão no amor, porque ele é simplicidade. É incrível como algumas pessoas insistem em complicar o ensinamento de Jesus, criando empecilhos para o verdadeiro entendimento, usando e deturpando aquilo que está muito claro, dificultando as coisas para beneficio próprio. Desde que o Reino de Deus foi anunciado até hoje, espertalhões tem se beneficiado dele, negociando seu ingresso, vendendo e trocando um lugar. Tornando-o muito distante, algo que precisa ser alcançado a muito custo, através de trocas, quando o Reino de Deus está disponível para todo aquele que o quiser, basta imitar os ensinamentos do cristo, sem dogmas, sem mortificações ou grandes penitências ou quantias em dinheiro, porque o Reino de Deus não pode ser vendido, nem trocado, não é fornecido por nada nem ninguém, também não tem dono, só existe uma única norma que é o amor e o bem. Muitos que se dizem “doutores da lei” ainda estão buscando e estudando o que seria realmente o Reino de Deus, e como ou quando será, cegos dentro de suas próprias visões. O Reino de Deus também não é uma igreja, nem uma instituição e nem tão pouco um lugar ou um livro ou uma doutrina, ele é a chama da divindade dentro de cada um de nós, em muitos ele esta adormecido. É um lampejo do espirito divino, que está ligado a nós por nossa alma desde a concepção nos acompanha, a maior prova disto é que desde que o homem teve noção de si e de sua existência ele procura Deus, inventa imagens e divindades para externar o divino, todos os povos que já passaram ou ainda, permanecem aqui tiveram seu deus ou seus deuses. Até mesmo muitas daquelas tribos que estão intocadas na Oceania cultuam divindades e oram para um deus, que na verdade é o mesmo Deus dos cristãos, dos hindus, dos judeus e árabes, porque o princípio é o mesmo, buscar o sagrado e estar em comunhão com ele. É necessário nascer de novamente, ou seja, mudar a forma de ser e de pensar para entrar no Reino de Deus, é necessário ser como as crianças, simples e sem maldades porque é muito simples o reino. "Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele" (Marcos 10:14-15) Muitos apostatas e falsos profetas tem iludido as pessoas com uma falsa mensagem do Reino de Deus, criando doutrinas pseudoteológicas de prosperidade, como se o reino fosse apenas para os mais afortunados, vendendo o nome de Deus, usurpando e mentido para as pessoas, interpretando de acordo com o seu próprio capricho, Jesus já disse: sepulcro caiados, cobras víboras. Em nome de Deus vemos construírem grandes templos, enquanto o povo passa fome, em nome do Reino de Deus falso pastor tem amealhado verdadeiras fortunas, em nome de Deus pessoas matam pessoas, julgam ou excluem jogando-as a margem da sociedade, em nome de Deus igrejas tem crescido e se transformados em grandes negócios, e não acontece só agora, desde que Deus se tornou conhecido, homens tem usado seu nome para impor regras e doutrinas levando medo, culpa e opressão para as pessoas, fazendo-as buscar o reino, que eles criaram, não verdadeiro, para satisfazer suas torpes paixões e desejos egoísticos de serem aclamados como “homens de Deus” cegos guiando cegos. O Reino de Deus é a verdade que conhecida liberta. Viver uma vida de fé e, sobretudo nutri-la em meio a um sociedade que cultiva valore como: individualidade, amor por consócio, desejo excessivo pelo consumo e uma intensa vontade de destruir todo o Ethos cristão deixado por Jesus. Não obstante que estamos vivendo uma profunda alienação de Deus, do próximo, da natureza e dos verdadeiros valores cristãos.
Podemos facilmente ver essa alienação com a crise nas famílias, hoje, as pessoas casam e uns anos depois estão se separando. Muitas vezes sem nem mesmo saber o real motivo, é tanta ânsia de se afastar do outro, são tantas as oportunidades que o mundo oferece, que não dá tempo para cultivar o amor pelo parceiro ou parceira, de se conhecerem. Inclusive tem se valorizado muito, nos meios de comunicação essas pessoas que optaram por viver sozinhas, como se viver sozinho fosse o grande ideal do ser humano, louvando atitudes que a meu ver não são tão positivas assim. É claro, existem pessoas que realmente optaram pela vida solitária, não se importam, ou na maioria das vezes já vivem a tanto tempo sozinhas que se acostumaram ao silencio e a solidão da vida. Contudo, sabemos que o ser humano é altamente gregário, não fomos feitos para viver separados, individualizados. É através da cooperação e da interação que conseguimos evoluir na escala do Criador. Creio profundamente que essa nova “moda” do viver sozinhos individualizados trará consequências muito ruins para a sociedade e para o próprio ser humano. Essa onda de egoísmo e individualidade só leva a alienação completa do outro. Não conseguimos viver comunidade, nem ser solidários com nosso próximo diante deste modelo alienador de vida pelo qual estamos sendo condicionados, pelo sistema sócio-político e econômico vigente. Vejo pessoas cada vez mais alienadas de Deus, do próximo, do planeta que é a obra e criação de Deus para o homem. O verdadeiro dito popular: “Cada um por si e Deus para todos” só que já estão tirando o Deus para todos, muitos já registraram Deus como sua propriedade, meio pelo qual exploram e alienam as pessoas em nome dele, criando “igrejas” e colocando palavras na boca de Deus. É imperativo que aconteça mudanças, é preponderante para o melhor convívio do ser humano que, uma transformação profunda no modus vivendi de cada ser humano, seja feita para amenizar os impactos físicos e espirituais que foram deixados pelas ultima gerações e aprimorados pela atual. É necessário que o orgulho e a ganância sejam vencidos, que o ter pelo ter, e o poder pelo poder, sejam práticas extinguidas imediatamente, se é que queremos deixar algum legado para as próximas gerações, se é que haverá futuras gerações, pois do jeito que está acabaremos nos aniquilando antes de terminar nossa geração. |
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